DILEMAS ÉTICOS
Vivemos certas situações, ou
sabemos que foram vividas por outros, como situações de extrema aflição e
angústia e que nem sempre há uma resposta única ou que nos coloca em um dilema
ético. Veja os casos abaixo e debata no grupo, qual poderia ser a resposta do
grupo.
1º CASO:
Uma
pessoa querida, com uma doença terminal,
está viva apenas porque seu corpo está ligado a máquinas que a conservam. Suas
dores são intoleráveis. Inconsciente, geme no sofrimento. Não seria melhor que
descansasse em paz? Não seria preferível deixá-la morrer? Podemos desligar os
aparelhos? Ou não temos o direito de fazê-lo? Que fazer? Qual a ação correta?
2º CASO:
Uma
jovem descobre que está grávida. Sente que seu corpo e seu espírito ainda não
estão preparados para a gravidez. Sabe que seu parceiro, mesmo que deseje
apoiá-la, é tão jovem e despreparado quanto ela e que ambos não terão como se
responsabilizar plenamente pela gestação, pelo parto e pela criação de um
filho. Ambos estão desorientados. Não sabem se poderão contar com o auxílio de
suas famílias (se as tiverem). Se ela for apenas estudante, terá que deixar a
escola para trabalhar, a fim de pagar o parto e arcar com as despesas da
criança. Sua vida e seu futuro mudarão para sempre. Se trabalha, sabe que
perderá o emprego, porque vive numa sociedade onde os patrões discriminam as
mulheres grávidas, sobretudo as solteiras. Receia não contar com os amigos. Ao
mesmo tempo, porém, deseja a criança, sonha com ela, mas teme dar-lhe uma vida
de miséria e ser injusta com quem não pediu para nascer. Pode fazer um aborto?
Deve fazê-lo?
3º CASO:
Um
pai de família desempregado, com vários filhos pequenos e a esposa doente,
recebe uma oferta de emprego, mas que exige que seja desonesto e cometa
irregularidades que beneficiem seu patrão. Sabe que o trabalho lhe permitirá
sustentar os filhos e pagar o tratamento da esposa. Pode aceitar o emprego,
mesmo sabendo o que será exigido dele? Ou deve recusá-lo e ver os filhos com
fome e a mulher morrendo?
4º CASO:
Um
rapaz namora, há tempos, uma moça de quem gosta muito e é por ela
correspondido. Conhece uma outra. Apaixona-se perdidamente e é correspondido.
Ama duas mulheres e ambas o amam. Pode ter dois amores simultâneos, ou estará
traindo a ambos e a si mesmo? Deve magoar uma delas e a si mesmo, rompendo com
uma para ficar com a outra? O amor exige uma única pessoa amada ou pode ser
múltiplo? Que sentirão as duas mulheres, se ele lhes contar o que se passa? Ou
deverá mentir para ambas? Que fazer? Se, enquanto está atormentado pela
decisão, um conhecido o vê ora com uma das mulheres, ora com a outra e,
conhecendo uma delas, deve contar a ela o que viu? Em nome da amizade, deve
falar ou calar?
5º CASO:
Uma
mulher vê um roubo. Vê uma criança maltrapilha e esfomeada roubar frutas e pães
numa mercearia. Sabe que o dono da mercearia está passando por muitas
dificuldades e que o roubo fará diferença para ele. Mas também vê a miséria e a
fome da criança. Deve denunciá-la, julgando que com isso a criança não se
tornará um adulto ladrão e o proprietário da mercearia não terá prejuízo? Ou
deverá silenciar, pois a criança corre o risco de receber punição excessiva,
ser levada para a polícia, ser jogada novamente às ruas e, agora, revoltada,
passar do furto ao homicídio? Que fazer?