quinta-feira, 6 de novembro de 2014
Transplantes, Eutanásia, distanásia, ortotásia e mistanásia
Transplantes, Eutanásia, distanásia,
ortotásia e mistanásia
Por que
as pessoas morrem?
• Resposta
tácita para a medicina: devido aos hábitos não-saudáveis das pessoas.
• Como
viver bem com o envelhecimento e o declínio e como cuidar bem daqueles que
sofrem doenças debilitantes como a doença de Alzheimer?
• A
reflexão ética pode dar respeito ao processo do envelhecimento humano.
Envelhecemos
e somos finitos
• Envelhecer
é um processo natural do crescimento do ser humano, que se inicia com o
nascimento e termina com a morte.
• Cada ser
humano é uma pessoa única, sendo que a experiência de vida nos personaliza.
Viver não é pura e simplesmente existir, mas é desfrutar de qualidade de vida.
A
dimensão temporal da vida humana
• Os
humanos não são simplesmente vítimas da velhice; esta não é uma experiência
puramente passiva. Envelhecer requer autopossessão e integração, como qualquer
outro estágio da vida.
Os idosos
são nossos mestres
• O
envelhecimento faz parte da vida e não precisa ser escondido ou negado. Sem a
presença dos idosos poderíamos esquecer que estamos envelhecendo: eles são
nossos profetas, fazem nos ver o processo pelo qual estamos participamos.
O
Envelhecer como caminho para as trevas
• Nosso
cultura da obsolescência trata os idosos como algo descartável:
• Segregação
• Desolação
O
envelhecer como caminho para a luz
• O idoso é
alguém que irrompe no nosso mundo e que nos ensina que a vida não é um problema
a ser resolvido pela informática, mas um mistério a ser descoberto e vivido no
amor, a cada dia.
• Esperança,
humor e visão.
• Esperança:
é o desapego que torna a esperança possível e exige uma mudança de percepção do
tempo e da morte, por volta da meia-idade.
• Humor: é
uma grande virtude, porque nos faz ver o mundo e nós mesmos de uma forma não
tão sisuda.
Diferentes
perspectivas para conceituação da morte:
• Morte
clínica: parada cardíaca, respiratória e midríase paralítica – pode ser
reversível;
• Morte
biológica (ou vital): progressão da morte clínica – é irreversível;
• Morte
óbvia: diagnóstico é inequívoco;
• Morte
encefálica: sinônimo de morte biológica;
• Morte
cerebral: não é encefálica – é a perda da consciência da respiração;
• Morte
jurídica: termina a existência da pessoa natural;
Debate:
ciência X filosofia
• Não é a
morte o que realmente importa, mas sim o seu processo, a certeza de que a vida
se enveredou por um “caminho” sem volta, o qual desembocará no Hades!
• Não se
pode tentar fundamentar o debate ético da eutanásia em um estudo
presumivelmente científico.
Princípio
da autonomia
• Perguntas
para debater nos Grupos:
• Numa
situação como essa, como o médico deve agir?
• Qual o
impacto pessoal, familiar e social da decisão tomada pelo pai?
• A
abordagem à família pela médica, foi correta?
Mascaramento
da morte
• Para os
filósofos existencialistas “o homem morre a cada dia”, no momento em que
nascemos começa a nossa contagem regressiva para a morte. A cada dia que passa
mais perto da morte nós estamos.
• Nossa
sociedade hedonista procura não nos trazer problemas, mas apenas falar do
prazer, do belo, do sadio, da juventude...
• A morte e
o velho são escondidos.
A morte
no séc. XIX: Elizabeth Kübler- Ross (“Sobre a morte e o morrer”)
• Era um
evento familiar, um evento público, marcado por características diferentes
daquelas que vivemos hoje.
A morte
no séc. XX e XXI - Tanatologia
• A morte é
um evento isolado, as pessoas morrem sozinhas na UTI, sem os familiares, apenas
com os enfermeiros e médicos.
Falar
sobre a morte
• A maioria
dos pacientes terminais sente a necessidade de ter alguém com quem conversar
sobre a morte.
• Mas, os
familiares e amigos se negam falar disso com o paciente.
Questionamentos
• Até onde
utilizar da tecnologia e dos meios que dispomos para manter a vida?
• A medicina
vive no dilema da vida e da morte. Quando estabelecer seu início e fim?
Resolução 1997: CFM: Morte encefálica.
Distinguindo
os termos:
• Eutanásia (do grego
ευθανασία - ευ "bom", θάνατος "morte")
é a prática pela qual se abrevia a vida de um enfermo incurável de maneira
controlada e assistida por um especialista.
Eutanásia
ativa e passiva
•
A "eutanásia ativa" conta com o traçado de ações que têm
por objetivo pôr término à vida, na medida em que é planeada e negociada entre
o doente e o profissional que vai levar e a termo o ato.
Distanásia
• Distanásia
é a agonia prolongada, é a morte com sofrimento físico ou psicológico do
indivíduo lúcido. Este termo foi proposto por Morache, em 1904, em seu livro
"Naisance et mort", publicado em Paris, pela editora Alcan.
• O termo
também pode ser empregado como sinônimo de tratamento inútil.
Ortotanásia
•
É a atuação correta frente a morte. É a
abordagem adequada diante de um paciente que está morrendo. É a morte digna na
vida terminal.
•
Ela pode, desta forma, ser confundida
com o significado inicialmente atribuído à palavra eutanásia.
Mistanásia
•
É também chamada de eutanásia social.
Leonard Martin sugeriu o termo mistanásia para denominar a
morte miserável, fora e antes da hora.
•
Segundo este autor, há três situações
possíveis:
•
A grande massa de doentes e deficientes
que, por motivos políticos, sociais e econômicos, não chegam a ser pacientes,
pois não conseguem ingressar efetivamente no sistema de atendimento médico;
•
Os doentes que conseguem ser pacientes
para, em seguida, se tornar vítimas de erro médico; e,
•
Os pacientes que acabam sendo vítimas de
má-prática por motivos econômicos, científicos ou sociopolíticos.
Cuidados
Paliativos
• É comum
na prática médica prolongar a vida a qualquer custo (e muitas vezes com
sucesso).
• A morte,
desta forma, passa a ser entendida como um fracasso e por este motivo deve ser
“escondida”.
Quatro
categorias de cuidados paliativos
• Quatro
categorias de cuidados paliativos podem ser realizados: controle de sintomas,
organização de serviços, aspectos psicossociais e espirituais.
2ª e 3ª
Categorias
• Na
segunda categoria: papel da equipe interdisciplinar; as experiências
particulares de cada instituição; as discussões sobre modelos de atenção; o
papel da educação e formação de recursos humanos; e, as iniciativas de controle
da qualidade de serviços.
Aspectos
espirituais
• Na quarta
categoria: discutem o papel do apoio espiritual nos cuidados ao indivíduo em
fase terminal da doença.
• É
importante reafirmar a integração dos princípios dos programas de saúde pública
para os cuidados paliativos, com a finalidade de melhorar a qualidade de vida
dos indivíduos com câncer.
Hospice
• Os
cuidados paliativos podem e devem ser oferecidos o mais cedo possível no curso
de qualquer doença crônica potencialmente fatal, para que esta não se torne
difícil de tratar nos últimos dias de vida.
Seis
princípios
• Os
cuidados paliativos desenvolveram-se como uma resposta às contínuas
dificuldades em cuidar dos indivíduos com câncer e suas famílias.
O
princípio de não matar
• Os seres
humanos têm um status moral que requer que a vida, especialmente a vida
inocente, não seja tomada por mãos humanas (a vida é sagrada).
• Como
tratamos pacientes que estão criticamente ou terminalmente doentes, mas que
ainda estão vivos de acordo com a definição legal de morte.
• É
aceitável matar por misericórdia ou abrir mão do tratamento?
A morte e
o ato de morrer: o paciente incapaz
• Existe
bastante consenso para os pacientes capazes, no entanto há um caos quando se
trata dos pacientes incapazes: médicos e outros profissionais de saúde não
sabem como lidar com as decisões de interrupção de tratamento.
• Há 3
tipos diferentes de pacientes incapazes e cada um deles deve ser tratado de
forma distinta:
• Pacientes
que já foram capazes
• Pacientes
que nunca foram capazes e que não possuem família
Trabalho
de Grupo: 9 grupos
Passos
para os Grupos:
• Ler o
texto individualmente;
• Fazer o
seguinte exercício:
• O que o
texto relata?
Referências
PESSINI, Leo. “Bioética, envelhecimento humano e dignidade no
adeus à vida”. In FREITAS, E.V.;
PY, L., A. L.; CANÇADO, F. A. X.; DOLL, J. & GORZONI, M.L. (orgs.). Tratado
de geriatria e gerontologia. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2006, 2ª
ed.; pp.154-163.
Assinar:
Postar comentários (Atom)
Nenhum comentário:
Postar um comentário