A NOVA GERAÇÃO AOS CINQUENTA ANOS
Aluna: Sarah Brandão
1. Introdução
Por avanços na área da saúde,
nos costumes, no conforto material, na diminuição da taxa de mortalidade, nos
avanços do saneamento básico, na evolução da mulher na força de trabalho, entre
outros aspectos, a nova geração de 50 anos chega a essa fase com vitalidade,
anseio por novas experiências e a sensação de estar no auge da vida.
As pessoas de 50 anos de hoje
em nada lembram as da década de 1970. Muitas estão prontas para entrarem na
faculdade, começar um novo romance, e até prontas para terem filhos (biológicos
ou adotados). A postura dessa nova idade tem impacto direto na economia, no
mercado de trabalho, no consumo, nos relacionamentos, nas relações familiares e
extrafamiliares – em toda a sociedade.
2. A Nova Geração dos Cinquentenários
No Brasil, em poucas décadas,
a expectativa de vida da população aumentou de 48 para 73 anos. A previsão é
que essa taxa aumente para 80 anos até 2050. Ao se distanciar da morte, os
cinquentenários se distanciariam também da velhice. Uma pesquisa feita pela
MetLife (2010), feita com 2 mil americanos, estima que mais da metade dos
nascidos em 1955 e 1964 tem ambos os pais vivos. Apenas 11% já perderam os
dois. Os cinquentenários ainda são filhos e, em muitos casos, cuidam dos mais
velhos. De acordo com uma pesquisa feita pelo IBOPE Midia (2012), feita com
3.500 brasileiros nessa faixa etária, mais de 60% estão muito satisfeitos com a
vida que têm.
A longevidade depende de três
fatores: uma genética favorável, um ambiente saudável e bons hábitos. Na
genética favorável, muitas teorias biológicas do envelhecimento explicam
através do impacto sistêmico e estocástico nos indivíduos. No ambiente saudável
e bons hábitos, as conquistas vieram através da saúde pública, como por
exemplo, vacinas desde a infância, condições de moradia mais higiênicas,
expansão do saneamento básico e até o hábito de fazer exames pré-natais
contribuíram para isso. Mesmo quem chega aos 50 anos com doenças crônicas pode
ter uma vida saudável e funcional. O controle e o tratamento de enfermidades
como câncer e problemas cardíacos ajudaram muito a elevar a idade média do
brasileiro e aprimorar sua qualidade de vida. Um dos maiores levantamentos com
essa faixa etária no mundo foi um Estudo Longitudinal sobre Idade (Elsa, em
inglês), do University College of London,
mostra que a incidência de depressão no grupo com menos recursos financeiros
chega a 27%. Entre os mais ricos, o índice fica em 8%. O estudo acompanhou 9
mil pessoas por dez anos e comprovou a relação entre bem-estar e longevidade.
Entre os que se diziam infelizes, a mortalidade foi o triplo da registrada no
grupo que se declarava , mais satisfeito com a vida. Essas pesquisas recentes
demonstram que, viver bem não se trata apenas de acompanhar níveis de taxas
metabólicas ou realizar revisões periódicas, mas tem a ver com cuidar da saúde
do corpo, da mente e das relações.
O conceito de envelhecimento
biológico é diferente de envelhecimento cronológico. O envelhecimento
cronológico está baseado na idade real do indivíduo, enquanto o biológico
relaciona-se com a diminuição ou perda funcional orgânica. Muitas vezes, por
fatores genéticos, ambientais, familiares, entre outros, o indivíduo adquire
uma perda funcional muito menor do que a sua idade real.
Cuidar do cognitivo, também é
tão importante quanto cuidar do corpo. A pesquisa inglesa Elsa comprova a
relação do baixo sentimento de bem-estar com diversos aspectos da saúde. Os
pesquisadores criaram dois grupos segundo a percepção de bem-estar que seus
integrantes, com mais de 50 anos, tinham de sua própria vida. Os que relatavam
menor satisfação com a vida sofreram 70% mais acidentes vasculares do que os
que contavam maior prazer em viver. A obesidade em quem tem menor satisfação
com a vida é de 27% entre os ingleses. Entre aqueles com maior satisfação, é de
17%.
Muitas vezes, a mudança no
apetite ou no desempenho sexual tem origens psíquicas. Uma pesquisa do
psiquiatra e urologista Michael Perelman, da Escola de Medicina de Weill
Cornell, nos Estados Unidos, detectou que fatores como ansiedade, raiva, depressão,
trauma de infância, medo do fracasso e perda de autoconfiança estão por trás de
35% dos casos de disnfunção erétil.
Por isso, uma cabeça bem
resolvida pode ajudar a vida sexual. Duas em cada três pessoas com idade entre
47 e 53 anos dizem que sua vida sexual melhorou com a idade, segundo um
levantamento da agência de marketing Rino com 230 entrevistados.
Em outros casos, a estrutura
familiar é alterada de forma diferente: com a chegada de bebês. Segundo dados
do Cadastro Nacional de Adoção, 47% dos pretendentes a adotar uma criança ou
adolescente no Brasil têm entre 41 e 50 anos. O relacionamento entre os avós de
50 com seus netos também mudou. Muitos não querem ficar em casa cuidando dos
netos ou não podem fazê-lo porque ainda trabalham.
As pessoas de 50 anos querem
– e precisam – manter-se ocupadas e remuneradas. Para muitos, essa ainda é uma
fase para manter as reservas. É natural que as despesas com saúde aumentem com
o passar dos anos. Eles podem se aposentar aos 55 ou 60, mas isso não quer
dizer que vão deixar de ser produtivos. Houve um tempo em que o desemprego rondava
quem passasse dos 50 anos. Esse cenário já mudou. O grupo dos 50 foi o único em
que o índice de emprego aumentou significativamente. De acordo com o último
levantamento do IBGE: de 16,7% em 2003, para 22% em 2011. Isso corresponde a
22,5 milhões de pessoas. Nas outras faixas etárias, o índice manteve-se estável
ou diminuiu. Esse também é o grupo que menos sofre com o desemprego. O ranking
mais recente do IBGE mostra que é a faixa de idade com o menor percentual de
desocupação. Apenas 2,1% dos trabalhadores dessa idade estão sem trabalho, em
comparação aos 4,4% entre os que têm de 25 a 29 anos. A experiência profissional e a maturidade dos
profissionais de 50 anos são especialmente valorizados para cargos de
confiança. Chama-se de idade dos líderes. Entre os presidentes dos 50 países
com maior PIB, 88% tem 50 anos ou mais.
Ter autonomia e equilíbrio
entre trabalho e vida pessoal é uma das questões mais valorizadas pelos cinquentões.
Em busca de mais liberdade, muitos se arriscam a empreender depois dos 50. De
acordo com a pesquisa Global Entrepreneuship Monitor (GEM), produzida pelo
Instituto Brasileiro de Qualidade e Pesquisa (IBQP), a taxa de empreendedores
entre 55 e 64 anos cresceu 5,5% em 2011.
As empresas dão atenção
especial a identificar o perfil desse consumidor. Estima-se que, só nos EUA, os
nascidos entre 1946 e 1964 gastem US$ 2 trilhões anuais. Estão entre os maiores
compradores de artigos de alta qualidade. São o grupo que consome turismo e
curte gastronomia. Um terço janta fora pelo menos uma vez por mês. De acordo
com dados da Embratur, viajam mais do que pessoas de outras idades.
3. Considerações Finais
Por isso, no projeto do Plano
Gerontológico se defende que «os idosos devem ser considerados um elemento
importante e necessário do processo de desenvolvimento, a todos os níveis, da
nossa sociedade». A contribuição dos idosos, prestada em função das suas reais
capacidades, «permite a este sector da população adquirir novas
responsabilidades e transitar, assim, do estado de produtividade económica para
o de produtividade social».
Para que isso aconteça é
preciso dinamizar a participação das pessoas idosas na vida familiar, social,
cultural, econômica e política. É necessário fazer ver às pessoas idosas que a
sua vida não está esgotada, que ainda têm muito a dar à colectividade,
principalmente no acompanhamento dos mais novos, no trabalho voluntário, no
apoio aos mais necessitados, nas direcções de colectividades. Isto para além da
sua própria valorização, que pode passar por aprender a ler, por estudar aquilo
com que sempre se sonhou e não se teve oportunidade de fazer, por praticar os
desportos adequados à idade, por passear, visitar museus e monumentos, por conviver,
por viver.
4. Referências Bibliográficas
· FREITAS, et al.
Tratado de Geriatria e Gerontologia. 3. Ed. – Rio de Janeiro: Guanabara Koogan,
2011.
· ROCHA, Francisco
C. O problema social do envelhecimento. FSTIEP, disponível em: http: www.fieqmetal.pt, acessado em: 22 de abril de 2013.
. PECORA, Ana et al. O envelhecimento com processo
social. R.
Educ. Públ. Cuiabá, v. 19, n. 39, p. 55-73, jan./abr. 2010.
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