segunda-feira, 22 de abril de 2013

A NOVA GERAÇÃO AOS CINQUENTA ANOS




A NOVA GERAÇÃO AOS CINQUENTA ANOS
Aluna: Sarah Brandão



1. Introdução

Por avanços na área da saúde, nos costumes, no conforto material, na diminuição da taxa de mortalidade, nos avanços do saneamento básico, na evolução da mulher na força de trabalho, entre outros aspectos, a nova geração de 50 anos chega a essa fase com vitalidade, anseio por novas experiências e a sensação de estar no auge da vida.
As pessoas de 50 anos de hoje em nada lembram as da década de 1970. Muitas estão prontas para entrarem na faculdade, começar um novo romance, e até prontas para terem filhos (biológicos ou adotados). A postura dessa nova idade tem impacto direto na economia, no mercado de trabalho, no consumo, nos relacionamentos, nas relações familiares e extrafamiliares – em toda a sociedade.

2. A Nova Geração dos Cinquentenários

No Brasil, em poucas décadas, a expectativa de vida da população aumentou de 48 para 73 anos. A previsão é que essa taxa aumente para 80 anos até 2050. Ao se distanciar da morte, os cinquentenários se distanciariam também da velhice. Uma pesquisa feita pela MetLife (2010), feita com 2 mil americanos, estima que mais da metade dos nascidos em 1955 e 1964 tem ambos os pais vivos. Apenas 11% já perderam os dois. Os cinquentenários ainda são filhos e, em muitos casos, cuidam dos mais velhos. De acordo com uma pesquisa feita pelo IBOPE Midia (2012), feita com 3.500 brasileiros nessa faixa etária, mais de 60% estão muito satisfeitos com a vida que têm.
A longevidade depende de três fatores: uma genética favorável, um ambiente saudável e bons hábitos. Na genética favorável, muitas teorias biológicas do envelhecimento explicam através do impacto sistêmico e estocástico nos indivíduos. No ambiente saudável e bons hábitos, as conquistas vieram através da saúde pública, como por exemplo, vacinas desde a infância, condições de moradia mais higiênicas, expansão do saneamento básico e até o hábito de fazer exames pré-natais contribuíram para isso. Mesmo quem chega aos 50 anos com doenças crônicas pode ter uma vida saudável e funcional. O controle e o tratamento de enfermidades como câncer e problemas cardíacos ajudaram muito a elevar a idade média do brasileiro e aprimorar sua qualidade de vida. Um dos maiores levantamentos com essa faixa etária no mundo foi um Estudo Longitudinal sobre Idade (Elsa, em inglês), do University College of London, mostra que a incidência de depressão no grupo com menos recursos financeiros chega a 27%. Entre os mais ricos, o índice fica em 8%. O estudo acompanhou 9 mil pessoas por dez anos e comprovou a relação entre bem-estar e longevidade. Entre os que se diziam infelizes, a mortalidade foi o triplo da registrada no grupo que se declarava , mais satisfeito com a vida. Essas pesquisas recentes demonstram que, viver bem não se trata apenas de acompanhar níveis de taxas metabólicas ou realizar revisões periódicas, mas tem a ver com cuidar da saúde do corpo, da mente e das relações.
O conceito de envelhecimento biológico é diferente de envelhecimento cronológico. O envelhecimento cronológico está baseado na idade real do indivíduo, enquanto o biológico relaciona-se com a diminuição ou perda funcional orgânica. Muitas vezes, por fatores genéticos, ambientais, familiares, entre outros, o indivíduo adquire uma perda funcional muito menor do que a sua idade real.
Cuidar do cognitivo, também é tão importante quanto cuidar do corpo. A pesquisa inglesa Elsa comprova a relação do baixo sentimento de bem-estar com diversos aspectos da saúde. Os pesquisadores criaram dois grupos segundo a percepção de bem-estar que seus integrantes, com mais de 50 anos, tinham de sua própria vida. Os que relatavam menor satisfação com a vida sofreram 70% mais acidentes vasculares do que os que contavam maior prazer em viver. A obesidade em quem tem menor satisfação com a vida é de 27% entre os ingleses. Entre aqueles com maior satisfação, é de 17%.
Muitas vezes, a mudança no apetite ou no desempenho sexual tem origens psíquicas. Uma pesquisa do psiquiatra e urologista Michael Perelman, da Escola de Medicina de Weill Cornell, nos Estados Unidos, detectou que fatores como ansiedade, raiva, depressão, trauma de infância, medo do fracasso e perda de autoconfiança estão por trás de 35% dos casos de disnfunção erétil.
Por isso, uma cabeça bem resolvida pode ajudar a vida sexual. Duas em cada três pessoas com idade entre 47 e 53 anos dizem que sua vida sexual melhorou com a idade, segundo um levantamento da agência de marketing Rino com 230 entrevistados.
Em outros casos, a estrutura familiar é alterada de forma diferente: com a chegada de bebês. Segundo dados do Cadastro Nacional de Adoção, 47% dos pretendentes a adotar uma criança ou adolescente no Brasil têm entre 41 e 50 anos. O relacionamento entre os avós de 50 com seus netos também mudou. Muitos não querem ficar em casa cuidando dos netos ou não podem fazê-lo porque ainda trabalham.
As pessoas de 50 anos querem – e precisam – manter-se ocupadas e remuneradas. Para muitos, essa ainda é uma fase para manter as reservas. É natural que as despesas com saúde aumentem com o passar dos anos. Eles podem se aposentar aos 55 ou 60, mas isso não quer dizer que vão deixar de ser produtivos. Houve um tempo em que o desemprego rondava quem passasse dos 50 anos. Esse cenário já mudou. O grupo dos 50 foi o único em que o índice de emprego aumentou significativamente. De acordo com o último levantamento do IBGE: de 16,7% em 2003, para 22% em 2011. Isso corresponde a 22,5 milhões de pessoas. Nas outras faixas etárias, o índice manteve-se estável ou diminuiu. Esse também é o grupo que menos sofre com o desemprego. O ranking mais recente do IBGE mostra que é a faixa de idade com o menor percentual de desocupação. Apenas 2,1% dos trabalhadores dessa idade estão sem trabalho, em comparação aos 4,4% entre os que têm de 25 a 29 anos.  A experiência profissional e a maturidade dos profissionais de 50 anos são especialmente valorizados para cargos de confiança. Chama-se de idade dos líderes. Entre os presidentes dos 50 países com maior PIB, 88% tem 50 anos ou mais.
Ter autonomia e equilíbrio entre trabalho e vida pessoal é uma das questões mais valorizadas pelos cinquentões. Em busca de mais liberdade, muitos se arriscam a empreender depois dos 50. De acordo com a pesquisa Global Entrepreneuship Monitor (GEM), produzida pelo Instituto Brasileiro de Qualidade e Pesquisa (IBQP), a taxa de empreendedores entre 55 e 64 anos cresceu 5,5% em 2011.
As empresas dão atenção especial a identificar o perfil desse consumidor. Estima-se que, só nos EUA, os nascidos entre 1946 e 1964 gastem US$ 2 trilhões anuais. Estão entre os maiores compradores de artigos de alta qualidade. São o grupo que consome turismo e curte gastronomia. Um terço janta fora pelo menos uma vez por mês. De acordo com dados da Embratur, viajam mais do que pessoas de outras idades.

3. Considerações Finais

Por isso, no projeto do Plano Gerontológico se defende que «os idosos devem ser considerados um elemento importante e necessário do processo de desenvolvimento, a todos os níveis, da nossa sociedade». A contribuição dos idosos, prestada em função das suas reais capacidades, «permite a este sector da população adquirir novas responsabilidades e transitar, assim, do estado de produtividade económica para o de produtividade social».
Para que isso aconteça é preciso dinamizar a participação das pessoas idosas na vida familiar, social, cultural, econômica e política. É necessário fazer ver às pessoas idosas que a sua vida não está esgotada, que ainda têm muito a dar à colectividade, principalmente no acompanhamento dos mais novos, no trabalho voluntário, no apoio aos mais necessitados, nas direcções de colectividades. Isto para além da sua própria valorização, que pode passar por aprender a ler, por estudar aquilo com que sempre se sonhou e não se teve oportunidade de fazer, por praticar os desportos adequados à idade, por passear, visitar museus e monumentos, por conviver, por viver.

4. Referências Bibliográficas

·    FREITAS, et al. Tratado de Geriatria e Gerontologia. 3. Ed. – Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2011.
·    ROCHA, Francisco C. O problema social do envelhecimento. FSTIEP, disponível em: http: www.fieqmetal.pt,        acessado em: 22 de abril de 2013.
.   PECORA, Ana et al. O envelhecimento com processo social. R. Educ. Públ. Cuiabá, v. 19, n. 39, p. 55-73,  jan./abr. 2010.

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