segunda-feira, 3 de dezembro de 2012


EUTANÁSIA

INTRODUÇÃO

                A Eutanásia, assim conceituada pelo Rodrigues (1993), chamada de morte misericordiosa ou piedosa, que é dada a uma pessoa que sofre de uma enfermidade incurável ou muito penosa, para suprimir a agonia demasiado longa e dolorosa.

            Independente do motivo, religiosamente e até legalmente, não há um consenso diante da situação.

            Pensando no fator idade, independente de há causa de doença, o idoso que muitos os veem como “próximos á morte’, não há um linha de pensamento que diz que a eutanásia é “um recurso” diante do sofrimento”.

            Religiosamente, esta questão não é considerada aceitável, pois para nós cristãos, Deus nos deu o direito a vida, e somente ELE poderá nos tirar.

             Segundo Batista & Schramm (2003) ainda que a eutanásia venha merecendo grande atenção na comunidade mundial, o debate está muito longe do desejável na sociedade brasileira.

            Percebemos uma tendência da sociedade na discussão do tema, talvez por temor ou mesmo por questionamentos diante da fragilidade que se tem do assunto.

            Mesmo considerando o conhecimento religioso diante de alguma ideologia cristã que há vida após a morte, ainda assim, não podemos ter o direito de decidir se este é ou não o meu momento de partir.

            O que eu possa julgar como motivo suficiente para determinar a minha decisão poderá ser justamente, a confirmação de que a aproximação diante de Deus para que eu possa considerar todas as minhas forças para reestabelecer a vida.

            Inclusive, o entendimento diante da eutanásia, aproxima a aceitação do idoso com ele mesmo, no entendimento de que todos passam por momentos delicados e não somente os IDOSOS, por estarem na terceira idade.

CONSIDERAÇÕES FINAIS

            A percepção diante da eutanásia reflete a necessidade do entendimento do que é a vida, e de como aproveitá-la. E que a decisão sobre a minha vida, apesar de titular MINHA, resulta na proposta de vida que Deus tem para meu eu.

            O entendimento, de que muitos trazem sobre a compreensão diante do sofrimento, auxiliado pela ação da eutanásia, precisa obter esclarecimentos sobre como discutir esta questão.

Afinal, não devemos afastar da discussão, mas sim buscá-la compreender e esclarecer o quanto mais cedo for sobre as consequências ou não das pessoas que facilitam a prática da eutanásia.

Portanto, vamos discutir, mas não vamos praticá-la.

 
REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICA

RODRIGUES, Paulo Daher. Eutanásia. Belo Horizonte: Del Rey, 1993

BATISTA, R.S.; SCHRAMN, F.R. Conversações sobre a “boa morte”: o debate bioético acerca da eutanásia. Escola Nacional de Saúde Pública, Fundação Oswaldo

Cruz, Rio de Janeiro, Brasil.2003.

 

SANTOS, S.C.P. Eutanásia e suicídio assistido: O direito e liberdade de escolha.

Dissertação de Mestrado em História Contemporânea e Estudos Internacionais,

Coimbra,2011.

 

domingo, 2 de dezembro de 2012

QUALIDADE DE VIDA DO IDOSO: A EVIDÊNCIA DA ESPIRITUALIDADE E DA BIOÉTICA



1.      INTRODUÇÃO

Quando se fala em espiritualidade remete-se em acreditar em algo o mais do que massa corpórea, células e agua que constitui o corpo humano, ou seja, é considerada uma ligação entre a humanidade e um ser superior que transcende o mundo terrestre. A religião em si torna-se uma fortaleza, um porto seguro àquela pessoa que procura acalentar o espírito.
O Brasil, considerado um dos países mais religiosos do mundo, pesquisa realizada a força da espiritualidade e religiosidade que influencia e fortifica o idoso em seu meio. À medida que se vai envelhecendo percebe-se que a pessoa se aproxima cada vez mais de sua crença, a fim de buscar forças, consolação, respostas para questões não cientificas, bioéticas e companhias amistosas ou amorosas.
A bioética em si, tem por base a concepção de uma sociedade inteira onde cada indivíduo possui valores, crenças e culturas diferenciadas uma da outra, misturando-se a fatores religiosos e espirituais que influenciam em sua qualidade de vida, principalmente dos idosos.
O texto a seguir mostra que não existe espiritualidade sem a religiosidade, reafirmando que o idoso necessita se apoiar em um grupo de costumes religiosos para basear sua confiança, seus medos, sua moral e ética/bioética através de ações públicas.
           
2.      DESENVOLVIMENTO

A saúde era conceituada como bem estar físico, mental e sociocultural, mas viu-se a necessidade de introduzir o aspecto espiritual a essa definição já que a espiritualidade e religiosidade se mostraram um arma contra desordens psicológicas, sociais e até mesmo corporais, diante de que a ciência e suas atividades (DUARTE et al, 2003).
            O estudo da ligação religiosidade e saúde ainda é muito novo em pesquisas, mas já demonstra que ajuda e é eficaz em questões psicológicas e sociais, já que pregam em sua maioria um estilo de vida alimentar saudável, sociável e comprometido com a vida.
Essas crenças podem ser provenientes de diversas culturas, mas uma característica essencial é a presença de algo transcendental que influencia em condições físicas, mentais e claro espirituais. Esse ser, considerado por alguns estudiosos como algo acimo da humanidade, provem justamente de uma individuo que acredita que algo, alguém ou vários tem o poder sobre o espírito (ROCHA e FLECK, 2004).
            Como Coelho Junior e Mahfoud (2001), a liberdade de escolha e responsabilidade diante de situações práticas provem desse patamar religioso, mesmo que a ética e moral que rege o idoso no compromisso em sociedade não ampare essa decisão, sendo que a atuação criativa e muitas vezes improvisada se expresse do intimo somente pelo fato de provocar um conforto, uma esperança para o próximo e não pela obrigação social. Essa decisão é considerada como existencialista da bioética.
Quando o avançar da idade se inicia, a religiosidade parece ser fortalecida, às vezes, pela alternativa de se entender melhor experiências da vida, as impossibilidades físicas que aparecem na velhice, a carência social e a presença cada vez mais próxima da certeza da morte (SIQUEIRA-BATISTA e SCHRAMM, 2004).
A bioética vem sendo mencionada por estudiosos a poucas décadas e se instalando na sociedade com certa dificuldade, principalmente entre idosos. Traz como principal foco a discussão entre os valores humanos e o meio em que vive e que faz parte, não sendo muitas das vezes de consenso aceita-la. Para Kovács (2003), o termo enfoca a qualidade de vida e felicidade do cidadão, sendo que este conheça todas as alternativas provenientes do conhecimento social e científico sem que afete sua dignidade.
No processo de envelhecimento descobre-se que o importante são os valores do individuo independentemente de suas ações durante o decorrer da vida, tornando o desapego um fruto da esperança que conduz o individuo a confiança em si e no próximo, tornando possível a integração da religiosidade e da bioética (PANZINI et al, 2007).

3.      CONCLUSÃO
Com o envelhecimento, o individuo passa a se apegar a religião, mas também podem se sentir tristes e desgostosos quando existem conflitos entre comportamentos impostos pela religião, em nome da mesma, contra aspectos biológicos, principalmente os que envolvem a bioética, mas ainda assim permanece com sua espiritualidade forte e sólida. Isso demostra que a religiosidade pode romper a ligação entre espiritualidade e o bem estar do idoso, e nesse momento tornando-se prejudicial diante dos meios socioculturais, biológicos e mentais.
A bioética aborda diversos valores pertencentes ao individuo dentro de um ambiente. A progressão da vida chega em um patamar que o corpo não acompanha as necessidades, sofrendo degenerações físicas e mentais, tornando mais comum o aparecimento de agravos à saúde e isso põe em prova a ligação entre a religiosidade e a cultura do idoso.

4.      REFERÊNCIAS
·         COELHO JUNIOR, Achilles Gonçalves; MAHFOUD, Miguel. As dimensões espiritual e religiosa da experiência humana: distinções e inter-relações na obra de Viktor Frankl. Psicol. USP, São Paulo, v. 12, n. 2, 2001.
·         DUARTE, Y.A.O.; LEBRÃO, M.L.; TUONO, V.L.; LAURENTI. Religiosidade e envelhecimento: uma análise do perfil de idosos do município de São Paulo. Saúde Coletiva, año/vo. 5, nº 024, 2003.
·         KOVÁCS, Maria Julia. Bioética nas questões da vida e da morte. Psicologia USP [on line] v. 14, n.2 São Paulo, 2003. Disponível em: http://www.scielo.br
·         PANZINI, R.G., ROCHA, N.S.; BANDEIRA, D.R. & FLECK, M.P.A. Qualidade de vida e espiritualidade. Ver. Psiq. Clín. 34 supl 1; pp. 105-115, 2007.
·         ROCHA, N.S. e FLECK, M.P.A. “Religiosidade, saúde e qualidade de vida: uma revisão literária.” in TEIXEIRA, E.B., MULLER, M.C. e SILVA, J.D.T. (orgs). Espiritualidade e qualidade de vida. Porto Alegre: EDIPUCRS, 2004.
·         SIQUEIRA-BATISTA, Rodrigo; SCHRAMM, Fermin Roland. Eutanásia: pelas veredas da morte e da autonomia. Ciênc. Saúde coletiva, Rio de Janeiro, v. 9, n.1, 2004. Disponível em: http://www.scielo.br

A idade como diferencial para a manutenção do saber: um relato da rede FITOVIDA.


Danielle Alves de Melo


1. Introdução

A rede fitovida é composta por mulheres acima de 60 anos que se reúnem para difundir seus conhecimentos acerca da fitoterapia, Produzindo medicamentos a base de plantas medicinais para venda, sem fins lucrativos, na comunidade carente.O que se pode perceber é a garra com que essas mulheres batalham para difundi seus conhecimentos hora científicos hora sentimentais, pois por muitas vezes uma simples conversa no balcão cura mais do que o medicamento dispensado.Mulheres idosas que deixam seus afazeres domésticos para difundir conhecimentos que os nos de vida lhe trouxeram e que não se contentam e perde-lo com o passar dos anos se tornam mais ativas.

O uso de plantas medicinais é pratica desde muitos tempos, Onde o uso de uma planta aqui e outra ali resolveria a maioria das doenças que se destacava na época, Foi nesse cenário que a mulher foi adquirindo conhecimento acerca dos usos popularas das plantas e amadurecendo sua produção oa pasar dos anos, e atualmente perpetua seu saber por meio de assistência em saúde na população carente da sua cidade. Esse diversidade de conhecimentos além de beneficiar a comunidade proporciona ao idoso a atividade física e cerebral mexendo com o prognóstico dos mais velhos do qual só lhe resta esperar a morte. Idosos mais ativos e úteis se tornam mais viris e essa força de vida faz com que sua qualidade de vida aumente o fazendo sair da cama para praticar o que mais gosta e lhe oferece prazer.

2. Desenvolvimento


A Rede Fitovida reconhece que sua missão é social e vai muito além de permutas solidárias e sim reservar o conhecimento que o passar dos anos lhe trouxeram sobretudo, preservando o saber popular tradicional a salvo de interesses comerciais e transmiti-lo. Os integrantes da Rede, poe meio de seus princípios e objetivos, demonstram uma preocupação em fomentar uma nova cultura de prevenção em saúde com a valorização do conhecimento dos mais velhos, promovendo um “resgate”, isto é, restituindo tal conhecimento para a população.( NOVAES; 2002)

Desde sua formação, a Rede Fitovida promove  encontros, onde seus membros debatem suas necessidades e promovem a troca de experiência e conhecimento.É nesse cenário que os idosos ser relacionam e trocam suas experiencias renovando não só conhecimento mais também sua auto estima e força de viver, já tão debilitada pelas dificuldades diárias.O que se pode perceber é que a cada encontro da rede aumenta o número de participantes e a idade dos mesmos, o que demonstra a necessidade que o idoso tem em se sentir útil.Ainda segundo Coelho, 2006,



Os produtos distribuídos e comercializados pela Rede possuem
uma função utilitária clara, afinal, são medicamentos. E ainda apresentam uma “vantagem”
na relação custo-benefício, pois são mais baratos que remédios semelhantes
industrializados (fitoterápicos com extratos das mesmas plantas) e a medicação alopática.
Entretanto, é preciso ir mais fundo para compreender que ali também reside “uma mistura
de coisas e almas, de objetos e pessoas” 

É essa mistura de coisas e sentimentos que mexe com a vitalidade do idoso e o coloca em outro patamar de vida, se fazendo útil esquece das maselas da vida focando sua energia me saúde em não mais em doença. 
O retorno desta atividade não é financeiro é o sentimento de utilidade e competência gerado nos participantes, que por muitas vezes ao longo da sua vida não conseguiram tal auto afirmação, passando anos subjugada e escondida no preconceito machista e social.Criando uma nova identidade para com os seus e na comunidade, gerando prestígio e respeito naqueles que se fazem necessitados.Conforme ressalta Mauss, 

O sistema da dádiva “funciona de forma desinteressada e
obrigatória, ao mesmo tempo. Além disso, esta obrigação se exprime de maneira mítica,
imaginária ou, se se quiser simbólica e coletiva: assume o aspecto de interesse ligado às
coisas trocadas. Estas nunca são completamente desligadas dos que as trocam: a
comunhão e a aliança que eles estabelecem são coletivamente indissolúveis.” (Mauss,
1997).

As idosas também fazes a orientação a cerca do tratamento recomendado pelo édico, os prescritos, pois afirmam que há doenças que as plantas não curam sozinhas como a hipertensão e diabetes.Nesse contato, o grupo de idosas tem a oportunidade de trabalhar o emocional do paciente que por muitas vezes chega choroso para atendimento, reafirmando mais uma vez a importância dos anos vividos e as experiencias adquiridas que não podem ficar trancadas em um baú e sim transportadas para uma dimensão que transforme a vida de que quem dela usufrui.Servindo de apoio a rede precária de saúde pública que por muitas vezes não se encontra os medicamentos básicos da atenção básica de saúde( RODRIGUES; LEAL 2007).


3. Considerações Finais

A medida que os anos passam a tendência em se aquietar no leito aquecido da família é uma tendência que vem se modificando e alterando o cenário dos idosos na atualidade.O relato da rede FITOVIDA mostra que as pessoas de mais idade estão cada dias mais integradas a sociedade e ciente do seu papel como diferencial em saúde para a população que o cerca, seja perpetuando seus conhecimentos em medicamento de plantas fitoterápicas seja em aconselhar a vida daqueles que os procuram carentes de saúde e de carinho.Colocando o idoso em uma posição inversa daquela que o anos o destinaram.


4. Bibliografia

1. COELHO, Maria Cláudia. O Valor das Intenções. Rio de Janeiro: Ed. FGV, 2006.

2. MAUSS, Marcel. Ensaio sobre a dádiva: forma e razão da troca nas sociedades arcaicas. São
Paulo: EDUSP, 1997.

3.NOVAES, Regina. Hábitos de doar: motivações pessoais e as múltiplas do espírito da dádiva. Rio
de Janeiro: Iser, 2002.

4. RODRIGUES, Mariana Leal.Mulheres da rede FITOVIDA: Ervas medicinais, envelhecimento e associativismo.Rio de Janeiro: 2007