1.
INTRODUÇÃO
Quando se fala em espiritualidade remete-se em acreditar em algo o mais
do que massa corpórea, células e agua que constitui o corpo humano, ou seja, é
considerada uma ligação entre a humanidade e um ser superior que transcende o
mundo terrestre. A religião em si torna-se uma fortaleza, um porto seguro
àquela pessoa que procura acalentar o espírito.
O Brasil, considerado um dos países mais religiosos do mundo, pesquisa
realizada a força da espiritualidade e religiosidade que influencia e fortifica
o idoso em seu meio. À medida que se vai envelhecendo percebe-se que a pessoa
se aproxima cada vez mais de sua crença, a fim de buscar forças, consolação,
respostas para questões não cientificas, bioéticas e companhias amistosas ou
amorosas.
A
bioética em si, tem por base a concepção de uma sociedade inteira onde cada
indivíduo possui valores, crenças e culturas diferenciadas uma da outra,
misturando-se a fatores religiosos e espirituais que influenciam em sua
qualidade de vida, principalmente dos idosos.
O texto a seguir mostra que não existe espiritualidade sem a
religiosidade, reafirmando que o idoso necessita se apoiar em um grupo de
costumes religiosos para basear sua confiança, seus medos, sua moral e ética/bioética
através de ações públicas.
2.
DESENVOLVIMENTO
A saúde era conceituada como bem estar físico, mental e sociocultural,
mas viu-se a necessidade de introduzir o aspecto espiritual a essa definição já
que a espiritualidade e religiosidade se mostraram um arma contra desordens psicológicas,
sociais e até mesmo corporais, diante de que a ciência e suas atividades
(DUARTE et al, 2003).
O estudo da ligação religiosidade e
saúde ainda é muito novo em pesquisas, mas já demonstra que ajuda e é eficaz em
questões psicológicas e sociais, já que pregam em sua maioria um estilo de vida
alimentar saudável, sociável e comprometido com a vida.
Essas crenças podem ser provenientes de diversas culturas, mas uma
característica essencial é a presença de algo transcendental que influencia em
condições físicas, mentais e claro espirituais. Esse ser, considerado por alguns
estudiosos como algo acimo da humanidade, provem justamente de uma individuo
que acredita que algo, alguém ou vários tem o poder sobre o espírito (ROCHA e
FLECK, 2004).
Como Coelho Junior e Mahfoud (2001),
a liberdade de escolha e responsabilidade diante de situações práticas provem
desse patamar religioso, mesmo que a ética e moral que rege o idoso no
compromisso em sociedade não ampare essa decisão, sendo que a atuação criativa
e muitas vezes improvisada se expresse do intimo somente pelo fato de provocar
um conforto, uma esperança para o próximo e não pela obrigação social. Essa decisão
é considerada como existencialista da bioética.
Quando
o avançar da idade se inicia, a religiosidade parece ser fortalecida, às vezes,
pela alternativa de se entender melhor experiências da vida, as
impossibilidades físicas que aparecem na velhice, a carência social e a
presença cada vez mais próxima da certeza da morte (SIQUEIRA-BATISTA e SCHRAMM,
2004).
A
bioética vem sendo mencionada por estudiosos a poucas décadas e se instalando
na sociedade com certa dificuldade, principalmente entre idosos. Traz como
principal foco a discussão entre os valores humanos e o meio em que vive e que
faz parte, não sendo muitas das vezes de consenso aceita-la. Para Kovács (2003),
o termo enfoca a qualidade de vida e felicidade do cidadão, sendo que este
conheça todas as alternativas provenientes do conhecimento social e científico
sem que afete sua dignidade.
No
processo de envelhecimento descobre-se que o importante são os valores do
individuo independentemente de suas ações durante o decorrer da vida, tornando
o desapego um fruto da esperança que conduz o individuo a confiança em si e no
próximo, tornando possível a integração da religiosidade e da bioética (PANZINI
et al, 2007).
3.
CONCLUSÃO
Com o envelhecimento, o individuo passa a se apegar a religião, mas
também podem se sentir tristes e desgostosos quando existem conflitos entre
comportamentos impostos pela religião, em nome da mesma, contra aspectos biológicos,
principalmente os que envolvem a bioética, mas ainda assim permanece com sua espiritualidade
forte e sólida. Isso demostra que a religiosidade pode romper a ligação entre
espiritualidade e o bem estar do idoso, e nesse momento tornando-se prejudicial
diante dos meios socioculturais, biológicos e mentais.
A
bioética aborda diversos valores pertencentes ao individuo dentro de um
ambiente. A progressão da vida chega em um patamar que o corpo não acompanha as
necessidades, sofrendo degenerações físicas e mentais, tornando mais comum o
aparecimento de agravos à saúde e isso põe em prova a ligação entre a
religiosidade e a cultura do idoso.
4.
REFERÊNCIAS
·
COELHO
JUNIOR, Achilles Gonçalves; MAHFOUD, Miguel. As dimensões espiritual e
religiosa da experiência humana: distinções e inter-relações na obra de Viktor
Frankl. Psicol. USP, São Paulo, v. 12, n. 2, 2001.
·
DUARTE, Y.A.O.; LEBRÃO, M.L.; TUONO, V.L.; LAURENTI.
Religiosidade e envelhecimento: uma análise do perfil de idosos do município de
São Paulo. Saúde Coletiva, año/vo. 5, nº 024, 2003.
·
KOVÁCS, Maria Julia. Bioética nas questões da vida e da morte. Psicologia USP [on line] v. 14, n.2 São
Paulo, 2003. Disponível em: http://www.scielo.br
·
PANZINI, R.G., ROCHA, N.S.; BANDEIRA, D.R. & FLECK, M.P.A. Qualidade
de vida e espiritualidade. Ver. Psiq.
Clín. 34 supl 1; pp. 105-115, 2007.
·
ROCHA, N.S. e FLECK, M.P.A. “Religiosidade, saúde e qualidade de vida:
uma revisão literária.” in TEIXEIRA, E.B., MULLER, M.C. e SILVA, J.D.T. (orgs).
Espiritualidade e qualidade de vida.
Porto Alegre: EDIPUCRS, 2004.
·
SIQUEIRA-BATISTA, Rodrigo; SCHRAMM, Fermin Roland. Eutanásia: pelas
veredas da morte e da autonomia. Ciênc. Saúde
coletiva, Rio de Janeiro, v. 9, n.1, 2004. Disponível em: http://www.scielo.br