domingo, 2 de dezembro de 2012

QUALIDADE DE VIDA DO IDOSO: A EVIDÊNCIA DA ESPIRITUALIDADE E DA BIOÉTICA



1.      INTRODUÇÃO

Quando se fala em espiritualidade remete-se em acreditar em algo o mais do que massa corpórea, células e agua que constitui o corpo humano, ou seja, é considerada uma ligação entre a humanidade e um ser superior que transcende o mundo terrestre. A religião em si torna-se uma fortaleza, um porto seguro àquela pessoa que procura acalentar o espírito.
O Brasil, considerado um dos países mais religiosos do mundo, pesquisa realizada a força da espiritualidade e religiosidade que influencia e fortifica o idoso em seu meio. À medida que se vai envelhecendo percebe-se que a pessoa se aproxima cada vez mais de sua crença, a fim de buscar forças, consolação, respostas para questões não cientificas, bioéticas e companhias amistosas ou amorosas.
A bioética em si, tem por base a concepção de uma sociedade inteira onde cada indivíduo possui valores, crenças e culturas diferenciadas uma da outra, misturando-se a fatores religiosos e espirituais que influenciam em sua qualidade de vida, principalmente dos idosos.
O texto a seguir mostra que não existe espiritualidade sem a religiosidade, reafirmando que o idoso necessita se apoiar em um grupo de costumes religiosos para basear sua confiança, seus medos, sua moral e ética/bioética através de ações públicas.
           
2.      DESENVOLVIMENTO

A saúde era conceituada como bem estar físico, mental e sociocultural, mas viu-se a necessidade de introduzir o aspecto espiritual a essa definição já que a espiritualidade e religiosidade se mostraram um arma contra desordens psicológicas, sociais e até mesmo corporais, diante de que a ciência e suas atividades (DUARTE et al, 2003).
            O estudo da ligação religiosidade e saúde ainda é muito novo em pesquisas, mas já demonstra que ajuda e é eficaz em questões psicológicas e sociais, já que pregam em sua maioria um estilo de vida alimentar saudável, sociável e comprometido com a vida.
Essas crenças podem ser provenientes de diversas culturas, mas uma característica essencial é a presença de algo transcendental que influencia em condições físicas, mentais e claro espirituais. Esse ser, considerado por alguns estudiosos como algo acimo da humanidade, provem justamente de uma individuo que acredita que algo, alguém ou vários tem o poder sobre o espírito (ROCHA e FLECK, 2004).
            Como Coelho Junior e Mahfoud (2001), a liberdade de escolha e responsabilidade diante de situações práticas provem desse patamar religioso, mesmo que a ética e moral que rege o idoso no compromisso em sociedade não ampare essa decisão, sendo que a atuação criativa e muitas vezes improvisada se expresse do intimo somente pelo fato de provocar um conforto, uma esperança para o próximo e não pela obrigação social. Essa decisão é considerada como existencialista da bioética.
Quando o avançar da idade se inicia, a religiosidade parece ser fortalecida, às vezes, pela alternativa de se entender melhor experiências da vida, as impossibilidades físicas que aparecem na velhice, a carência social e a presença cada vez mais próxima da certeza da morte (SIQUEIRA-BATISTA e SCHRAMM, 2004).
A bioética vem sendo mencionada por estudiosos a poucas décadas e se instalando na sociedade com certa dificuldade, principalmente entre idosos. Traz como principal foco a discussão entre os valores humanos e o meio em que vive e que faz parte, não sendo muitas das vezes de consenso aceita-la. Para Kovács (2003), o termo enfoca a qualidade de vida e felicidade do cidadão, sendo que este conheça todas as alternativas provenientes do conhecimento social e científico sem que afete sua dignidade.
No processo de envelhecimento descobre-se que o importante são os valores do individuo independentemente de suas ações durante o decorrer da vida, tornando o desapego um fruto da esperança que conduz o individuo a confiança em si e no próximo, tornando possível a integração da religiosidade e da bioética (PANZINI et al, 2007).

3.      CONCLUSÃO
Com o envelhecimento, o individuo passa a se apegar a religião, mas também podem se sentir tristes e desgostosos quando existem conflitos entre comportamentos impostos pela religião, em nome da mesma, contra aspectos biológicos, principalmente os que envolvem a bioética, mas ainda assim permanece com sua espiritualidade forte e sólida. Isso demostra que a religiosidade pode romper a ligação entre espiritualidade e o bem estar do idoso, e nesse momento tornando-se prejudicial diante dos meios socioculturais, biológicos e mentais.
A bioética aborda diversos valores pertencentes ao individuo dentro de um ambiente. A progressão da vida chega em um patamar que o corpo não acompanha as necessidades, sofrendo degenerações físicas e mentais, tornando mais comum o aparecimento de agravos à saúde e isso põe em prova a ligação entre a religiosidade e a cultura do idoso.

4.      REFERÊNCIAS
·         COELHO JUNIOR, Achilles Gonçalves; MAHFOUD, Miguel. As dimensões espiritual e religiosa da experiência humana: distinções e inter-relações na obra de Viktor Frankl. Psicol. USP, São Paulo, v. 12, n. 2, 2001.
·         DUARTE, Y.A.O.; LEBRÃO, M.L.; TUONO, V.L.; LAURENTI. Religiosidade e envelhecimento: uma análise do perfil de idosos do município de São Paulo. Saúde Coletiva, año/vo. 5, nº 024, 2003.
·         KOVÁCS, Maria Julia. Bioética nas questões da vida e da morte. Psicologia USP [on line] v. 14, n.2 São Paulo, 2003. Disponível em: http://www.scielo.br
·         PANZINI, R.G., ROCHA, N.S.; BANDEIRA, D.R. & FLECK, M.P.A. Qualidade de vida e espiritualidade. Ver. Psiq. Clín. 34 supl 1; pp. 105-115, 2007.
·         ROCHA, N.S. e FLECK, M.P.A. “Religiosidade, saúde e qualidade de vida: uma revisão literária.” in TEIXEIRA, E.B., MULLER, M.C. e SILVA, J.D.T. (orgs). Espiritualidade e qualidade de vida. Porto Alegre: EDIPUCRS, 2004.
·         SIQUEIRA-BATISTA, Rodrigo; SCHRAMM, Fermin Roland. Eutanásia: pelas veredas da morte e da autonomia. Ciênc. Saúde coletiva, Rio de Janeiro, v. 9, n.1, 2004. Disponível em: http://www.scielo.br

Nenhum comentário: