segunda-feira, 3 de dezembro de 2012


EUTANÁSIA

INTRODUÇÃO

                A Eutanásia, assim conceituada pelo Rodrigues (1993), chamada de morte misericordiosa ou piedosa, que é dada a uma pessoa que sofre de uma enfermidade incurável ou muito penosa, para suprimir a agonia demasiado longa e dolorosa.

            Independente do motivo, religiosamente e até legalmente, não há um consenso diante da situação.

            Pensando no fator idade, independente de há causa de doença, o idoso que muitos os veem como “próximos á morte’, não há um linha de pensamento que diz que a eutanásia é “um recurso” diante do sofrimento”.

            Religiosamente, esta questão não é considerada aceitável, pois para nós cristãos, Deus nos deu o direito a vida, e somente ELE poderá nos tirar.

             Segundo Batista & Schramm (2003) ainda que a eutanásia venha merecendo grande atenção na comunidade mundial, o debate está muito longe do desejável na sociedade brasileira.

            Percebemos uma tendência da sociedade na discussão do tema, talvez por temor ou mesmo por questionamentos diante da fragilidade que se tem do assunto.

            Mesmo considerando o conhecimento religioso diante de alguma ideologia cristã que há vida após a morte, ainda assim, não podemos ter o direito de decidir se este é ou não o meu momento de partir.

            O que eu possa julgar como motivo suficiente para determinar a minha decisão poderá ser justamente, a confirmação de que a aproximação diante de Deus para que eu possa considerar todas as minhas forças para reestabelecer a vida.

            Inclusive, o entendimento diante da eutanásia, aproxima a aceitação do idoso com ele mesmo, no entendimento de que todos passam por momentos delicados e não somente os IDOSOS, por estarem na terceira idade.

CONSIDERAÇÕES FINAIS

            A percepção diante da eutanásia reflete a necessidade do entendimento do que é a vida, e de como aproveitá-la. E que a decisão sobre a minha vida, apesar de titular MINHA, resulta na proposta de vida que Deus tem para meu eu.

            O entendimento, de que muitos trazem sobre a compreensão diante do sofrimento, auxiliado pela ação da eutanásia, precisa obter esclarecimentos sobre como discutir esta questão.

Afinal, não devemos afastar da discussão, mas sim buscá-la compreender e esclarecer o quanto mais cedo for sobre as consequências ou não das pessoas que facilitam a prática da eutanásia.

Portanto, vamos discutir, mas não vamos praticá-la.

 
REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICA

RODRIGUES, Paulo Daher. Eutanásia. Belo Horizonte: Del Rey, 1993

BATISTA, R.S.; SCHRAMN, F.R. Conversações sobre a “boa morte”: o debate bioético acerca da eutanásia. Escola Nacional de Saúde Pública, Fundação Oswaldo

Cruz, Rio de Janeiro, Brasil.2003.

 

SANTOS, S.C.P. Eutanásia e suicídio assistido: O direito e liberdade de escolha.

Dissertação de Mestrado em História Contemporânea e Estudos Internacionais,

Coimbra,2011.

 

domingo, 2 de dezembro de 2012

QUALIDADE DE VIDA DO IDOSO: A EVIDÊNCIA DA ESPIRITUALIDADE E DA BIOÉTICA



1.      INTRODUÇÃO

Quando se fala em espiritualidade remete-se em acreditar em algo o mais do que massa corpórea, células e agua que constitui o corpo humano, ou seja, é considerada uma ligação entre a humanidade e um ser superior que transcende o mundo terrestre. A religião em si torna-se uma fortaleza, um porto seguro àquela pessoa que procura acalentar o espírito.
O Brasil, considerado um dos países mais religiosos do mundo, pesquisa realizada a força da espiritualidade e religiosidade que influencia e fortifica o idoso em seu meio. À medida que se vai envelhecendo percebe-se que a pessoa se aproxima cada vez mais de sua crença, a fim de buscar forças, consolação, respostas para questões não cientificas, bioéticas e companhias amistosas ou amorosas.
A bioética em si, tem por base a concepção de uma sociedade inteira onde cada indivíduo possui valores, crenças e culturas diferenciadas uma da outra, misturando-se a fatores religiosos e espirituais que influenciam em sua qualidade de vida, principalmente dos idosos.
O texto a seguir mostra que não existe espiritualidade sem a religiosidade, reafirmando que o idoso necessita se apoiar em um grupo de costumes religiosos para basear sua confiança, seus medos, sua moral e ética/bioética através de ações públicas.
           
2.      DESENVOLVIMENTO

A saúde era conceituada como bem estar físico, mental e sociocultural, mas viu-se a necessidade de introduzir o aspecto espiritual a essa definição já que a espiritualidade e religiosidade se mostraram um arma contra desordens psicológicas, sociais e até mesmo corporais, diante de que a ciência e suas atividades (DUARTE et al, 2003).
            O estudo da ligação religiosidade e saúde ainda é muito novo em pesquisas, mas já demonstra que ajuda e é eficaz em questões psicológicas e sociais, já que pregam em sua maioria um estilo de vida alimentar saudável, sociável e comprometido com a vida.
Essas crenças podem ser provenientes de diversas culturas, mas uma característica essencial é a presença de algo transcendental que influencia em condições físicas, mentais e claro espirituais. Esse ser, considerado por alguns estudiosos como algo acimo da humanidade, provem justamente de uma individuo que acredita que algo, alguém ou vários tem o poder sobre o espírito (ROCHA e FLECK, 2004).
            Como Coelho Junior e Mahfoud (2001), a liberdade de escolha e responsabilidade diante de situações práticas provem desse patamar religioso, mesmo que a ética e moral que rege o idoso no compromisso em sociedade não ampare essa decisão, sendo que a atuação criativa e muitas vezes improvisada se expresse do intimo somente pelo fato de provocar um conforto, uma esperança para o próximo e não pela obrigação social. Essa decisão é considerada como existencialista da bioética.
Quando o avançar da idade se inicia, a religiosidade parece ser fortalecida, às vezes, pela alternativa de se entender melhor experiências da vida, as impossibilidades físicas que aparecem na velhice, a carência social e a presença cada vez mais próxima da certeza da morte (SIQUEIRA-BATISTA e SCHRAMM, 2004).
A bioética vem sendo mencionada por estudiosos a poucas décadas e se instalando na sociedade com certa dificuldade, principalmente entre idosos. Traz como principal foco a discussão entre os valores humanos e o meio em que vive e que faz parte, não sendo muitas das vezes de consenso aceita-la. Para Kovács (2003), o termo enfoca a qualidade de vida e felicidade do cidadão, sendo que este conheça todas as alternativas provenientes do conhecimento social e científico sem que afete sua dignidade.
No processo de envelhecimento descobre-se que o importante são os valores do individuo independentemente de suas ações durante o decorrer da vida, tornando o desapego um fruto da esperança que conduz o individuo a confiança em si e no próximo, tornando possível a integração da religiosidade e da bioética (PANZINI et al, 2007).

3.      CONCLUSÃO
Com o envelhecimento, o individuo passa a se apegar a religião, mas também podem se sentir tristes e desgostosos quando existem conflitos entre comportamentos impostos pela religião, em nome da mesma, contra aspectos biológicos, principalmente os que envolvem a bioética, mas ainda assim permanece com sua espiritualidade forte e sólida. Isso demostra que a religiosidade pode romper a ligação entre espiritualidade e o bem estar do idoso, e nesse momento tornando-se prejudicial diante dos meios socioculturais, biológicos e mentais.
A bioética aborda diversos valores pertencentes ao individuo dentro de um ambiente. A progressão da vida chega em um patamar que o corpo não acompanha as necessidades, sofrendo degenerações físicas e mentais, tornando mais comum o aparecimento de agravos à saúde e isso põe em prova a ligação entre a religiosidade e a cultura do idoso.

4.      REFERÊNCIAS
·         COELHO JUNIOR, Achilles Gonçalves; MAHFOUD, Miguel. As dimensões espiritual e religiosa da experiência humana: distinções e inter-relações na obra de Viktor Frankl. Psicol. USP, São Paulo, v. 12, n. 2, 2001.
·         DUARTE, Y.A.O.; LEBRÃO, M.L.; TUONO, V.L.; LAURENTI. Religiosidade e envelhecimento: uma análise do perfil de idosos do município de São Paulo. Saúde Coletiva, año/vo. 5, nº 024, 2003.
·         KOVÁCS, Maria Julia. Bioética nas questões da vida e da morte. Psicologia USP [on line] v. 14, n.2 São Paulo, 2003. Disponível em: http://www.scielo.br
·         PANZINI, R.G., ROCHA, N.S.; BANDEIRA, D.R. & FLECK, M.P.A. Qualidade de vida e espiritualidade. Ver. Psiq. Clín. 34 supl 1; pp. 105-115, 2007.
·         ROCHA, N.S. e FLECK, M.P.A. “Religiosidade, saúde e qualidade de vida: uma revisão literária.” in TEIXEIRA, E.B., MULLER, M.C. e SILVA, J.D.T. (orgs). Espiritualidade e qualidade de vida. Porto Alegre: EDIPUCRS, 2004.
·         SIQUEIRA-BATISTA, Rodrigo; SCHRAMM, Fermin Roland. Eutanásia: pelas veredas da morte e da autonomia. Ciênc. Saúde coletiva, Rio de Janeiro, v. 9, n.1, 2004. Disponível em: http://www.scielo.br

A idade como diferencial para a manutenção do saber: um relato da rede FITOVIDA.


Danielle Alves de Melo


1. Introdução

A rede fitovida é composta por mulheres acima de 60 anos que se reúnem para difundir seus conhecimentos acerca da fitoterapia, Produzindo medicamentos a base de plantas medicinais para venda, sem fins lucrativos, na comunidade carente.O que se pode perceber é a garra com que essas mulheres batalham para difundi seus conhecimentos hora científicos hora sentimentais, pois por muitas vezes uma simples conversa no balcão cura mais do que o medicamento dispensado.Mulheres idosas que deixam seus afazeres domésticos para difundir conhecimentos que os nos de vida lhe trouxeram e que não se contentam e perde-lo com o passar dos anos se tornam mais ativas.

O uso de plantas medicinais é pratica desde muitos tempos, Onde o uso de uma planta aqui e outra ali resolveria a maioria das doenças que se destacava na época, Foi nesse cenário que a mulher foi adquirindo conhecimento acerca dos usos popularas das plantas e amadurecendo sua produção oa pasar dos anos, e atualmente perpetua seu saber por meio de assistência em saúde na população carente da sua cidade. Esse diversidade de conhecimentos além de beneficiar a comunidade proporciona ao idoso a atividade física e cerebral mexendo com o prognóstico dos mais velhos do qual só lhe resta esperar a morte. Idosos mais ativos e úteis se tornam mais viris e essa força de vida faz com que sua qualidade de vida aumente o fazendo sair da cama para praticar o que mais gosta e lhe oferece prazer.

2. Desenvolvimento


A Rede Fitovida reconhece que sua missão é social e vai muito além de permutas solidárias e sim reservar o conhecimento que o passar dos anos lhe trouxeram sobretudo, preservando o saber popular tradicional a salvo de interesses comerciais e transmiti-lo. Os integrantes da Rede, poe meio de seus princípios e objetivos, demonstram uma preocupação em fomentar uma nova cultura de prevenção em saúde com a valorização do conhecimento dos mais velhos, promovendo um “resgate”, isto é, restituindo tal conhecimento para a população.( NOVAES; 2002)

Desde sua formação, a Rede Fitovida promove  encontros, onde seus membros debatem suas necessidades e promovem a troca de experiência e conhecimento.É nesse cenário que os idosos ser relacionam e trocam suas experiencias renovando não só conhecimento mais também sua auto estima e força de viver, já tão debilitada pelas dificuldades diárias.O que se pode perceber é que a cada encontro da rede aumenta o número de participantes e a idade dos mesmos, o que demonstra a necessidade que o idoso tem em se sentir útil.Ainda segundo Coelho, 2006,



Os produtos distribuídos e comercializados pela Rede possuem
uma função utilitária clara, afinal, são medicamentos. E ainda apresentam uma “vantagem”
na relação custo-benefício, pois são mais baratos que remédios semelhantes
industrializados (fitoterápicos com extratos das mesmas plantas) e a medicação alopática.
Entretanto, é preciso ir mais fundo para compreender que ali também reside “uma mistura
de coisas e almas, de objetos e pessoas” 

É essa mistura de coisas e sentimentos que mexe com a vitalidade do idoso e o coloca em outro patamar de vida, se fazendo útil esquece das maselas da vida focando sua energia me saúde em não mais em doença. 
O retorno desta atividade não é financeiro é o sentimento de utilidade e competência gerado nos participantes, que por muitas vezes ao longo da sua vida não conseguiram tal auto afirmação, passando anos subjugada e escondida no preconceito machista e social.Criando uma nova identidade para com os seus e na comunidade, gerando prestígio e respeito naqueles que se fazem necessitados.Conforme ressalta Mauss, 

O sistema da dádiva “funciona de forma desinteressada e
obrigatória, ao mesmo tempo. Além disso, esta obrigação se exprime de maneira mítica,
imaginária ou, se se quiser simbólica e coletiva: assume o aspecto de interesse ligado às
coisas trocadas. Estas nunca são completamente desligadas dos que as trocam: a
comunhão e a aliança que eles estabelecem são coletivamente indissolúveis.” (Mauss,
1997).

As idosas também fazes a orientação a cerca do tratamento recomendado pelo édico, os prescritos, pois afirmam que há doenças que as plantas não curam sozinhas como a hipertensão e diabetes.Nesse contato, o grupo de idosas tem a oportunidade de trabalhar o emocional do paciente que por muitas vezes chega choroso para atendimento, reafirmando mais uma vez a importância dos anos vividos e as experiencias adquiridas que não podem ficar trancadas em um baú e sim transportadas para uma dimensão que transforme a vida de que quem dela usufrui.Servindo de apoio a rede precária de saúde pública que por muitas vezes não se encontra os medicamentos básicos da atenção básica de saúde( RODRIGUES; LEAL 2007).


3. Considerações Finais

A medida que os anos passam a tendência em se aquietar no leito aquecido da família é uma tendência que vem se modificando e alterando o cenário dos idosos na atualidade.O relato da rede FITOVIDA mostra que as pessoas de mais idade estão cada dias mais integradas a sociedade e ciente do seu papel como diferencial em saúde para a população que o cerca, seja perpetuando seus conhecimentos em medicamento de plantas fitoterápicas seja em aconselhar a vida daqueles que os procuram carentes de saúde e de carinho.Colocando o idoso em uma posição inversa daquela que o anos o destinaram.


4. Bibliografia

1. COELHO, Maria Cláudia. O Valor das Intenções. Rio de Janeiro: Ed. FGV, 2006.

2. MAUSS, Marcel. Ensaio sobre a dádiva: forma e razão da troca nas sociedades arcaicas. São
Paulo: EDUSP, 1997.

3.NOVAES, Regina. Hábitos de doar: motivações pessoais e as múltiplas do espírito da dádiva. Rio
de Janeiro: Iser, 2002.

4. RODRIGUES, Mariana Leal.Mulheres da rede FITOVIDA: Ervas medicinais, envelhecimento e associativismo.Rio de Janeiro: 2007














terça-feira, 27 de novembro de 2012

A RELIGIOSIDADE E A BIOÉTICA NA FINITUDE DA VIDA.


INTRODUÇÃO

Uma das certezas da vida é o envelhecimento. Pode-se afirmar que o mundo hoje está sofrendo uma transformação demográfica sem precedentes na história da humanidade e esse fenômeno que é o envelhecer traz várias modificações no âmbito social, psicológico e fisiológico, sendo individual e variável ao longo da vida.
O passar dos anos, leva ao que chamamos de envelhecimento biológico, onde se tem as perdas funcionais, progressivas e consequentemente o aparecimento de doenças crônico-degenerativas que aumentam-se as possibilidades da morte.
A finitude é algo de difícil compreensão pelos idosos, pois a cada dia que passa, o que se permanece são  apenas as lembranças do vivido, o apego às crenças e os valores morais e espirituais, que são valorizados, entendidos e respeitados.
A religiosidade é um fator que contribui para o enfrentamento dos desafios da vida, das frustrações e dos sofrimentos, além de estudos mostrarem que a crença pode melhorar de forma considerável a saúde e a qualidade de vida dos indivíduos.
De acordo com Floriano e Dalgalarrondo (2007), a religiosidade é um fator importante nas condições relacionadas aos agravos na saúde física e mental, diminuindo a gravidade e o surgimento das condições que podem ocasionar possíveis enfermidades, contribuindo para o bem estar na velhice.
Por ser considerado algo subjetivo, a religiosidade e a fé dependem da percepção de cada indivíduo, e podem ser abordados como uma forma de esperança para os enfermos e para os idosos, como uma razão de viver.
O tema da religiosidade pode ser discutido como um fator bioético, pois existe a relação entre os fatores biológicos e a razão humana. Segundo Pessini (2006), Van Rensselaer Potter, “pai da bioética”, representou o termo bioética como o conhecimento biológico, a ciência dos seres vivos e a ética associado aos valores humanos.

DESENVOLVIMENTO

Como ensinam as ciências da vida, da saúde e as reflexões fisiológicas e religiosas, o processo de finitude, morte e vulnerabilidade, são características intrínsecas ou ontológicas, dos sistemas vivos, submetidos a um processo irreversível que inclui o nascer, o crescer, o decair e o morrer (SCHRAMM, 2002). Por está exposto aos riscos da vida, os idosos ao longo da sua existência passam a ser potencial da vulnerabilidade à medida que se submete aos riscos e danos da sua própria existência.
No que diz respeito à Bioética, a qual aborda os aspectos morais envolvidos pelos problemas comuns às ciências da saúde, a finitude está ancorada a práticas de cura e/ou cuidados, graças aos avanços da biomedicina (SCHRAMM, 2012).
Porém, uma das consequências principais no aspecto da bioética, relaciona-se as crescentes intervenções nos processos vitais, onde devemos acrescentar as mudanças nas condições de morrer. Cada vez mais as pessoas querem conhecer o diagnóstico que lhe diz respeito e assim, decidir as estratégias que cabem para o processo do fim.
Atualmente, os cuidados paliativos vêm justamente para preencher este espaço existente entre a competência técnica da medicina, da cura e a cultura do respeito da autonomia do ser humano (paciente) às suas decisões (SCHRAMM, 2002).
No campo da religiosidade podemos dizer que, para a população idosa é de extrema importância o apego à espiritualidade, sendo considerada vital para os países onde há a crença pela fé em Deus ou há uma dimensão transcendente, ou seja, uma “força”, uma “energia”, que está relacionada às preocupações da vida que vai além do que é concreto. A espiritualidade assim como a religião, podem ser facilitadores na resolução de problemas, diminuindo as preocupações e os pensamentos negativos a cerca do fim (BARBOSA E FREITAS,2009).
Na análise cristã, o anseio da dor e das perdas dos entes queridos, pode ser amenizado pela expectativa de um novo encontro com os que já partiram da vida. As concepções entre morte e morrer, é o ponto de encontro da existência humana e que comumente gera tristeza e sofrimento. Na história da Idade Média, é onde surgiram as interpretações sobre vida e morte e ainda sobre a vida eterna e ressurreição (DINIZ e AQUINO, 2009).
Para Carvalho (2007), a religiosidade para os indivíduos convém como um apoio indispensável para as perdas ao longo da existência, servindo como indispensável para a compreensão dos acontecimentos da vida que advém de uma força superior e estão relacionados com as crenças de cada pessoa e a sua sabedoria e equilíbrio diante do enfrentamento dos problemas.

CONSIDERAÇÕES FINAIS

O desafio atual no campo da bioética e da religiosidade está em pensar junto com as novas possibilidades trazidas pelos avanços, ainda que limitados, a ciência da saúde e em particular pela biomedicina, em evitar ou retardar o fim. Aliamos a isso a expectativa que se têm de que não estamos diante do fim, mas frente a uma nova realidade que vai além da existência humana.


REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

BARBOSA,K. A.; FREITAS, M. H. Religiosidade e atitude diante da morte em idosos sob cuidados paliativos. Revista Kairós, São Paulo, 12(1), pp. 113-134, jan. 2009.
CÁTIA DANIELA RODRIGUES CARVALHO. Luto e relisiosidade. Disponível em: WWW.psicologia.com.pt. Acessado: 27/11/2012.
DINIZ, A. C.; AQUINO, T. A. A. A relação da religiosidade com as visões de morte. Religare – revista de ciências das religiões, nº 6, 09/2009.
FLORIANO, P.J.; DALGALARRONDO P. Saúde mental, qualidade de vida e religião em idosos de um Programa de Saúde da Família. J Bras Psiquiatr, 56(3): 162-170, 2007.
PESSINI, L. Bioética, envelhecimento humano e dignidade no adeus à vida. Em: FREITAS, E.V. Tratado de geriatria e Gerontologia. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2ª Ed., PP. 154-163, 2006.
SCHRAMM, F. R. Finitude e bioética do fim da vida. Revista Brasileira de Cancerologia, 58(1):73-78, 2012..
SCHRAMM, F. R. Morte e finitude em nossa sociedade: implicações no ensino dos cuidados paliativos. Revista Brasileira de Cancerologia; 48(1):17-20, 2002..


domingo, 25 de novembro de 2012

O papel da religiosidade e espiritualidade na Saúde Mental


O papel da religiosidade e espiritualidade na Saúde Mental



Laíse Franco de Sousa Brandão

Introdução


Nos últimos anos, um crescente corpo de literatura tem explorado as implicações da religião e da espiritualidade no campo da saúde mental. A partir de 1988, A Organização Mundial de Saúde passou a considerar espiritualidade, religião e crenças pessoais como uma área importante na avaliação da saúde e qualidade de vida (MOHR; HUGUELET, 2004).

O efeito da religião sobre a saúde mental tem sido debatido e continua a ser controverso, apesar de alguns resultados positivos em avaliações da pesquisa empírica. A explicação mais plausível para estes resultados mistos é que a relação entre religião e saúde mental não é sensível às diferentes definições adotadas por indivíduos de várias crenças e religiões (JONG-IK et al., 2012).

Desenvolvimento


A maioria dos psiquiatras e outros profissionais de saúde mental, cientificamente treinados, acredita em uma visão de mundo secular,científica. Durante anos permaneceu uma visão negativa da religião no campo da saúde mental. As pessoas religiosas eram retratadas exemplos de doenças psiquiátricas em manuais de diagnóstico (KOENIG, 2007).

Da mesma maneira que os profissionais de saúde mental não têm valorizado o papel da religião nas vidas das pessoas, com e sem doença mental, as comunidades religiosas também têm desenvolvido atitudes negativas em relação aos psicólogos e psiquiatras que são vistos, freqüentemente, como inúteis, ou ameaçando as convicções profundamente arraigadas que são centrais à sua visão de mundo (KOENIG, 2007).

O tratamento habitual dos transtornos psíquicos, basedo no modelo biopsicossocial, envolve a prescrição de medicamentos, intervenções psicológicas e suporte familiar e social. Este modelo não leva em conta a dimensão religiosa do indivíduo, no sentido de uma definição ampla de religiosidade e espiritualidade, ou seja, preocupação com o transcendente, abordando as questões fundamentais sobre o sentido da vida (MOHR; HUGUELET, 2004).

Atualmente, há na literatura crescentes evidências de que a espiritualidade implica fator de proteção, tanto em questões de ordem médica, quanto em problemas da área psicológica, bem como em situações relativas ao campo da educação.

Espiritualidade pode ser definida como uma busca pessoal para entender as respostas às perguntas fundamentais sobre a vida, o significado e a relação com o sagrado. Como as práticas religiosas e rituais diferentes, a espiritualidade pode ser associada com saúde mental, independentemente do tipo de religião (JONG-IK et al., 2012).

A afirmação de que a espiritualidade possa ser uma fonte rica para encontrar propósitos de vida, assim como para formular orientações cognitivas e avaliações de situações vitais, evidencia seu potencial como função mental de buscar sentidos para viver e, em conseqüência, ter, por esse caminho, uma capacidade preventiva nos transtornos mentais (SOUSA et al., 2001).


Conclusão


A religião e a espiritualidade não podem ser reduzidas a mecanismos biológicos, psicológicos, sociais ou a ferramenta terapêutica para as pessoas que sofrem transtornos mentais. Trabalhadores de saúde mental e os que desejam entrar neste campo precisam tolerar a diversidade, entender a importância e respeitar as crenças dos outros mesmo tendo conhecimento de sua própria identidade religiosa e espiritual.

Referências

KOENIG, H.G. Religião, espiritualidade e transtornos psicóticos. Rev. Psiq. Clín. v. 34, supl. 1; p. 95-104, 2007.

JONG-IK, P. et al. The Relationship between Religion and Mental Disorders in a Korean Population. Psychiatry Investig. March; 9(1): 29–35, 2012.

MOHR S.; HUGUELET P. The relationship between schizophrenia and religion and its implications for care. Swiss Med Wkly., v. 26, p. 369-76, jun. 2004.

SOUSA, P. L. R. et al. A religiosidade e suas interfaces com a medicina, a psicologia e a educação: o estado de arte. Rev. Psiq Prat Med., v.34, n. 4, p. 112-17, 2001.

sábado, 24 de novembro de 2012

A HUMANIZAÇÃO COMO PRINCÍPIO ÉTICO NO CUIDADO PALIATIVO AO IDOSO HOSPITALIZADO


A HUMANIZAÇÃO COMO PRINCÍPIO ÉTICO NO CUIDADO PALIATIVO AO IDOSO HOSPITALIZADO
 

1 INTRODUÇÃO

1.1 CENÁRIO E MOTIVAÇÕES

Segundo Carvalho (2011), “a ética é um ramo da filosofia e resulta na filosofia moral ou pensar filosófico acerca da moralidade, dos problemas morais e dos juízos morais”.

O agir na conduta hospitalar apresenta um contexto complexo que se fragmenta em diversos segmentos. Hodiernamente com inúmeras tecnologias e com a busca por especializações cada vez mais específicas, confecciona-se um cenário mais frio e menos humanístico. Valores altruístas do cuidado, práticas holísticas com caráter individual, se contrapõem com o comportamento ambicioso, egoísta e restrito de alguns profissionais, o que provoca uma transformação na qualidade do atendimento das instituições de saúde, podendo alterar a resposta do indivíduo na sua recuperação e reinserção social.

Humanizar é garantir à palavra sua dignidade ética. Ou seja, para que o sofrimento humano e as percepções de dor ou de prazer sejam humanizados, é preciso que as palavras que o sujeito expressa sejam reconhecidas pelo outro (PESSINI e BERTACHINI, 2004). Ter uma entidade de saúde humanizada requer o envolvimento do profissional e do paciente, onde a troca de carinho seja mútua.

Os problemas correferidos a higidez no final da vida, requerem atenção ainda maior por parte dos profissionais que constituem a equipe de cuidados em saúde, pois as necessidades do paciente nesta fase, o fragiliza ainda mais, pela dor e pelo sofrimento, carecendo cuidado continuado, não apenas medicamentoso como também psicológico.

Algumas patologias determinam que o fim esteja se aproximando, então, além das limitações da senescência, o idoso encontra-se com as imposições da senilidade, imposições estas que retiram ainda mais o poder e o autocontrole do ser, destarte, fazem-se necessários cuidados específicos para bem viver no fim da vida.

Burlá (2007) observa-se que:


Os cuidados paliativos constituem uma resposta indispensável aos problemas do final da vida. Em nome da ética, da dignidade e do bem-estar de cada ser humano, é preciso torná-los cada vez mais uma realidade. Os médicos jamais devem perder o foco de atuação: a pessoa doente no final da vida, um processo que pode levar dias, semanas ou meses. A doença terminal atravessa todas as faixas etárias, do recém-nascido ao idoso frágil. Assim, dezenas de milhares de pessoas poderão ser beneficiadas quando o sistema de saúde incorporar essa modalidade de atendimento.


2. DESENVOLVIMENTO

2.1 A ÉTICA E O CUIDADO PALIATIVO

A longevidade é um adjetivo usual para os idosos no Brasil e no mundo, mas algumas adequações ainda são necessárias no contexto social e psicobioespiritual, pelas perdas fisiológicas, que acabam dificultando a fluência espiritual e social, as quais se vinculam a diminuição do poder manter-se autônomo, o que gera uma ameaça para o paciente com relação ao sentido de vida, perda de controle, enfraquecimento da relação com os outros, uma vez que o processo do morrer intensifica o isolamento e interrompe as formas de contato com os outros.

Neste contexto, os valores éticos e humanos permeiam os cuidados paliativos, já que se apresenta como critério nobre na realização de um atendimento hospitalar com caráter de fato promotor da qualidade de vida, mesmo que esta vida se aproxime do fim.

Semelhante ao que relata Candia, (2009), o cuidado humano é exercitado, vivido e sentido no interior de cada um, envolvendo atos, valores e ética que devem fazer parte do nosso cotidiano. O cuidado ético é fazer com que a ação de cuidar, seja moralmente correta. Um dos maiores desafios para os profissionais da saúde é buscar desenvolver uma prática humanizada, em que possamos continuadamente refletir sobre o sentido das nossas ações, reações e atitudes com os pacientes.

O sofrimento na fase terminal da doença é muito mais que físico. Ele afeta não somente o conceito de si próprio, mas também o senso global de sentir-se conectado com os outros e com o mundo. Este sofrimento pode ser sentido como uma ameaça para o paciente com relação ao sentido da vida, perda de controle, enfraquecimento da relação com os outros, uma vez que o processo do morrer intensifica o isolamento e interrompe as formas ordinárias de contato com os outros (PESSINI, s/d).

Corroborando, Gutierrez, Ciampone, (2006) relatam que:


Os profissionais de saúde devem criar possibilidades para que o indivíduo compreenda a sua doença, ao invés de focalizar somente a sua saúde, pois essa conscientização pode ajudá-lo a enfrentar a enfermidade, e até mesmo facilitar a conscientização da aproximação da sua morte. A visão relacionada ao ato de morrer tem se modificado com o decorrer do processo de transformação das sociedades, e estão diretamente ligadas ao estágio de desenvolvimento dessa sociedade, assim como as suas especificidades, valores e ritos. Cabe destacar que, em relação à morte e ao processo de morrer, cada sociedade tem seus próprios comportamentos, hábitos, crenças e atitudes, que oferecem aos indivíduos uma orientação de como devem se comportar e o que devem ou não fazer, refletindo a cultura própria de cada região e, também, diferenciando-a de outros.


            Portanto, em consonância ao que dizem Floriani, Schramn (2008), os cuidados paliativos constituem uma modalidade emergente da assistência no fim da vida, construídos dentro de um modelo de cuidados totais, ativos e integrais oferecidos ao paciente com doença avançada e terminal, e à sua família, legitimados pelo direito do paciente de morrer com dignidade.

            Nesta perspectiva, é importante assinalar que a ética não se preocupa tanto com as coisas como são, mas com as coisas como podem ser, e, especialmente como devem ser (PESSINI e BERTACHINI, 2004). À luz dessas observações como relata Burlá in FREITAS (2011, p.1229), o enfoque da humanização ética no cuidado paliativo é o alívio dos sintomas que comprometem a qualidade de vida, integrando ações médicas em conjunto com as de enfermagem, psicológicas, nutricionais, sociais, espirituais, de reabilitação e assistência aos familiares. Ressaltando que tais medidas não têm caráter curativo, mas pretendem dar conforto ao paciente.

3. CONSIDERAÇÕES FINAIS

Diante do exposto, foi possível constatar que a prática correta do cuidado ao ser humano, perpassa pela conduta ética e humanizada. No que tange a paliação desses cuidados, o cenário apresentado tem o idoso como seu receptor principal, então, uma gama de peculiaridades devem ser consideradas quanto à forma do desenvolvimento do cuidado, não só da doença terminal, como principalmente, contemplar o decréscimo fisiológico inerente ao idoso.

A equipe responsável pela manutenção dos cuidados na instituição hospitalar deverá estar a par do processo do envelhecimento e suas consequências, viabilizando a confecção de uma assistência pertinente ao idoso e suas condições patológicas.

Portanto, o estudo do processo do envelhecimento, dentro da gerontologia, apresenta uma concepção repleta de novos horizontes, vislumbrando circunstâncias mais seguras, éticas e científicas sobre a construção de uma assistência à saúde, o que possibilita dignidade a finitude do ser dentro de seu preceito mais absoluto, ou seja, viabiliza a arquitetura de um atendimento paliativo contemplando a humanização hospitalar.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

BURLÁ, L. Claudia. Paliação: cuidados ao fim da vida. In: FREITAS, E. V. de; PY, L. CANÇADO, F. A. X.; DOLL, J. & GORZONI, M. (orgs.) Tratado de Geriatria e Gerontologia. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2011. 3 ed., pag. 1226 – 1241.

BURLÁ, Claudia. Cuidados Paliativos e fim de vida. São Paulo, 2010. Disponível na Internet em: http://www.paliativo.org.br/dl.php?bid=94. Acessado em 16/011/2012.

CANDIA, Maria Aparecida Borlatto de. Enfermagem e o Cuidado Humanizado. São Paulo, 2009. Disponível na Internet em: http://www.webartigos.com/articles/18713/1/Enfermagem-e-o-Cuidado-Humanizado/pagina1.html. Acessado em 12/09/2012.

CARVALHO, Vilma de.  Ética e valores na prática profissional em saúde: considerações filosóficas, pedagógicas e políticas. Revista da Escola de enfermagem da USP vol.45 nº 2 São Paulo Dez. 2011.

FLORIANI, Ciro Augusto; SCHRAMM, Fermin Roland. Cuidados Paliativos: Interfaces, Conflitos e Necessidades. Ciência e Saúde Coletiva, Rio de Janeiro, v.13, n.2, 2008. Disponível na Internet em: http://www.scielosp.org/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1413-81232008000900017. Acessado em: 18/11/2012.

GUTIERREZ, Beatriz Aparecida Ozello; CIAMPONE, Maria Helena Trench. O Processo de Morrer e a Morte no Enfoque dos Profissionais de Enfermagem de UTIs. Revista da Escola de Enfermagem da USP. São Paulo, v.41, n.4, 2006. Dispinível na Internet em: http://www.scielo.br/pdf/reeusp/v41n4/16.pdf. Acessado em 18/010/2012.

JUNQUEIRA, Maria Hercília Rodrigues; KOVÁCS, Maria Júlia. Alunos de Psicologia e a educação para a morte. Psicologia: ciência e profissão. Brasília, v.28, n.3, 2008. Disponível na Internet em: http://pepsic.bvsalud.org/scielo.php?pid=S1414-98932008000300006&script=sci_arttext. Acessado em: 20/10/2012.

PESSINI, Leo. Humanização da dor e sofrimento humanos no contexto hospitalar. http://www.redadultosmayores.com.ar/buscador/files/BIOET004.pdf. Acessado em: 24/11/2012.

PESSINI, Leo; BERTACHINI, Luciana. Humanização e Cuidados Paliativos, São Paulo, Loyola, 2004.

sexta-feira, 23 de novembro de 2012

Reflexões da Religiosidade no Envelhecimento


O envelhecimento abrange problemas biológicos, fisiológicos e psicológicos que produzem crises existenciais, no entanto, trata-se de um fenômeno normal na vida. Como em todos os momentos do desenvolvimento vital, ao chegar à última etapa da vida, o ancião sente ainda surgir em si algumas perguntas inevitáveis: Quem eu sou? Por que estou neste mundo? Que sentido tem a minha vida? Para onde vou? Como tenho vivido os anos que passaram? Como posso viver bem os próximos anos? Como em toda crise existencial, também essa, a da última etapa, não pode ser superada de modo válido senão por meio da renovação da interioridade. A espiritualidade evidencia a existência de “potenciais forças escondidas no homem que o envelhecer faz desabrochar” (Baldessin, 2002, p. 496).
De acordo com Goldstein e Sommerhalder (2005), por causa das mudanças físicas, psicológicas e sociais que são comuns aos idosos, eles enfrentam mais situações de perdas, declínio da saúde, afastamento do mercado de trabalho e eventos não controláveis, em que seu enfrentamento de um modo efetivo pode ser alcançado através das crenças espirituais e religiosas. Isso porque a religião satisfaz a necessidade de sentido da vida, mais do que qualquer outra coisa.
Questões religiosas e espirituais foram negligenciadas pela ciência e pela gerontologia por muito tempo. Os pesquisadores evitavam estudar a associação entre ciência e religião, pois consideravam que talvez o tema não fosse compatível com o indispensável rigor cientifico. O envelhecimento populacional e o consequente aumento das pesquisas com os idosos levaram os cientistas a perceber que a religiosidade e a espiritualidade são fenômenos importantes nessa faixa etária, que não deve ser ignorados.
Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS) - (World Health Organization - WHO), saúde era definida como “um estado de bem-estar físico, mental, social e não simplesmente a ausência de doença ou enfermidade”. Mas esta definição, na prática, não contempla as necessidades emergidas do homem, fazendo com que muitos teóricos e pesquisadores discutam saúde também como a constituição de valores, da personalidade e estilo de vida. (POTTER & PERRY, 2005)
Para Sousa, Tillmann e Oliveira (2002), atualmente, afirmar que a religiosidade de uma pessoa afeta seu corpo, sua mente, sua interação com os outros, além de seu espírito, soa menos estranho, apesar de que no meio científico ainda é motivo para desconfiança e inquietação.
Porem, cada vez mais se reconhece a importância dos aspectos psíquicos, sociais e também espirituais dos indivíduos. Dentro desse contexto de interceder esses outros aspectos do ser humano, a espiritualidade tem entrado também. E, atualmente, a resistência é muito menor.
Desse modo, podemos ver que o entendimento mundial acerca de saúde tem se modificado. Então, desde a Assembléia Mundial de Saúde de 1983, a inclusão de uma dimensão “não material” ou “espiritual” de saúde vem sendo discutida extensamente, a ponto de existir uma proposta para modificação do conceito clássico de “saúde” da Organização Mundial de Saúde para “um estado dinâmico de completo bem-estar físico, mental, espiritual e social e não meramente a ausência de doença”.
Cabe, então, expressar os entendimentos descritos acerca da religiosidade. Acima relatado. Religião é uma palavra que se origina do latim – religare. Seu significado é o restabelecimento da ligação entre Deus e o homem. A função da religião na sua essência é manter e desenvolver a relação do indivíduo com o sagrado. Sua proposta é dar um significado à vida. Dessa maneira, ela pode fornecer subsídios para que o indivíduo transcenda o sofrimento, perdas e a percepção da morte (GOLDSTEIN & SOMMERHALDER, 2002)

Referências

Baldessin, Anísio. O idoso: viver e morrer com dignidade. Netto, Matheus Papaléo. (Org.). In: Gerontologia: a velhice e o Envelhecimento em Visão Globalizada. São Paulo: Atheneu, 2002, p. 496.
GOLDDTEIN, L. L.; SOMMERHALDER, C. Religiosidade, espiritualidade e significado existencial na vida adulta e velhice. In: Freitas e colaboradores: Tratado de geriatria e gerontologia. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2002.
POTTER, P. A.; PERRY, A.G. Fundamentos de enfermagem. 6. ed. Rio de Janeiro: Elsevier,
2005.
SOUSA, Paulo L. R; TILLMANN, Ieda A.; HORTA, Cristina L; OLIVEIRA, Flávio M. A. religiosidade e suas interfaces com a medicina, a psicologia e a educação. Psiquiatria na Prática Médica. Centro de Estudos - Departamento de Psiquiatria - UNIFESP/EPM. v. 34, n.4, 2001/ 2002. Disponível em: http://www.unifesp.br/dpsiq/polbr/ppm/index.htm. Acesso em: 05 set. 2005.


Correção em breve

Olá, alunos e alunas,
em breve darei retorno a todos(as) vocês da avaliação do blog.
at.
prof.Vicente

quinta-feira, 22 de novembro de 2012

Ciclo de vida: as entrelinhas do processo de nascer, viver, envelhecer e morrer. - Rosemeire



1 - Introdução
Se formos analisar do ponto de vista cronológico, uma pessoa é considerada idosa a partir dos 60 anos. Porém se isso for visto com base em outros fatores ainda é possível encontrar idades além desta, uma vez que nos países desenvolvidos, as condições de vida propiciam uma maior longevidade com maior qualidade, o que acaba por retardar o processo de envelhecimento.
Biologicamente falando a senilidade começa a partir do declínio de certas características físicas. Este declínio está relacionado ao desgaste do organismo como um todo, desde o sistema imune até a estrutura óssea, muscular, a capacidade de se processar determinadas substâncias, e a própria função cerebral pode ficar diminuída. O que é importante destacar é que ser idoso não significa ser doente. Quando dizemos que poderá eventualmente culminar em determinada doença, queremos dizer que isso pode demorar mais ou menos para acontecer, e que não acontece necessariamente com todos os indivíduos.
Mesmo que envelhecer e morrer seja experiências vitais e comuns de cada ser, são peculiares a cada época, cultura e lugar na história da humanidade. O envelhecimento hoje é tema de interesse mundial tendo em vista o aumento de idosos, já que as expectativas de vida hoje são bem maiores que na antiguidade devido aos recursos tecnológicos utilizados pela medicina nas suas terapias contra as patologias.
A religiosidade e a espiritualidade são temas de destaque com esta nova realidade, pois, observa-se uma valorização das crenças e dos ofícios espirituais por parte do público idoso que sentem a necessidade de se manterem inseridos neste contexto. É como se a religião os mantivesse vivos e socialmente ativos.
Apesar de ser novo, o termo bioético se instalou nos campos de estudos e das ciências envolvidas com bastante força, porém, é bom salientar de sua importância nos processos de pesquisa, uma vez que é necessário ter discernimento ético para escolhermos este ou aquele método que não firam a dignidade do ser humano no processo de aquisição de mais conhecimento e que lhes proporcionem sempre mais perspectivas de qualidade de vida e felicidade de viver.
O processo de envelhecimento é algo que acompanha a todos desde o nascimento. O que torna a velhice tão difícil de ser aceita é que esta é a fase em que a vida mais se aproxima do seu final, chegando a ser vista como sinônimo de morte para algumas pessoas. Mas devemos lembrar que a morte não é privilégio dos idosos. É preciso compreender a velhice, sem eufemismos, como qualquer outra fase da vida – parte de um processo natural e próprio de cada ser.
2 – Desenvolvimento
A finitude é inerente à condição de um ser vivo. Pode ser aplicada a um ser inanimado. Quanto mais se vive a senilidade se manifesta nos indivíduos, o tempo não perdoa quem quer que seja. Por sermos finitos nossas ações se esgotam na morte biológica do ser. Isso causa angustia, uma vê que de forma consciente e ou inconsciente temos em nos o desejo e as expectativas na infinidade, isso se dar devido nossa criação ser à imagem e semelhança de um Deus divino e eterno.
O tempo acompanha a humanidade de muitas formas. A arqueologia revela que o homem, ainda nas suas formas as mais primitivas, já buscava um entendimento do tempo, enquanto desenvolvia a consciência de que se encontrava sob os feitos do próprio tempo. A compreensão do tempo tornou-se assim uma tarefa permanente para a humanidade, que até hoje não foi concluída” (Py e Trein pag. 1353)
Em termos simples podemos definir a finitude como algo que está fixada no corpo físico, ou seja, na cotidianidade da aventura humana e a infinitude como algo que atravessa o imaginário, nas ilusões do desejo humano de ser eterno. Isso se dar devido ao fato de amarmos a terra e suas maravilhas, nossa prole, amigos e tudo que nos rodeia em forma de natureza. A espiritualidade também nos deixa marcas de um universo infinito, e que todo tempo que se vive ainda é pouco para tantas maravilhas e bênçãos de um criador que é eterno.
O tema da finitude, articulado ao envelhecimento, nos convida a uma profunda reflexão, pois esse estudo nos leva até as fronteiras da vida, ao encontro dos nossos velhos e dos nossos mortos; à recusa da nossa velhice e da nossa própria morte. Aguça-nos a interpelação mais íntima, enquanto sujeitos desejantes e sempre frustrados na satisfação imaginada. Oscilando na incerteza, e mergulhados na dúvida, somos impelidos a procurar, em nossos estudos, uma compreensão desses fenômenos vitais que pautam nossa existência.” (Py e Trein pag. 1353)
Os idosos acumulam anos e isso é parte concreta de sua existência no tempo é no espaço. Ser alguém é você se colocar na vida num processo dinâmico. È por isso que nascemos, crescemos, criamos consciência de nossa existência, casamos, procriamos, temos netos, e nesta face da somos idosos, com uma bagagem imensa de experiências. E todos os acontecimentos que fomos acumulando ao longo nos anos, nos fazem gente, nos faz existir para nos e para os outros, assim, passamos a ter uma melhor compreensão de nos mesmos e da vida e do ele representa de fato para nós. Desta maneira encaramos de forma saudosa e positiva o nosso processo de envelhecimento e vemos que as coisas valem a pena, que somos importantes e que mesmo fragilizados ainda se pode ter dignidade na vida. Todo o sentido da vida está na questão do futuro que nos aguarda: se não sabemos o que queremos, então não podemos saber o que somos.
[...], envelhecer requer autopossessão e integração, como qualquer outro estágio da vida, tal como a adolescência, a juventude ou a idade adulta. A velhice terá um sentido no fim somente se a vida tiver um sentido no seu todo. O inevitável é que, nos últimos anos, existe uma perda, diminuição dos talentos e das capacidades. Deve-se encontrar um novo sentido para de vida que sustente tal experiência, uma ressignificação. Frequentemente entendemos a velhice como direcionada para a morte, mas não devemos esquecer que ela é também direcionada para o crescimento” (Pessini, pag. 154)
A vida pode e deve ser contemplada em todo o seu ciclo e não nos martirizarmos com o fato de que um dia iremos envelhecer, pois, isso acontecerá de fato com todos. Cada estágio que a vida nos apresenta tem suas glórias, batalhas, superações e recuos, e não é diferente na velhice, é apenas mais uma jornada a ser vivida e termos consciência disso nos ajudará a enfrentar seus dilemas e desafios com a cabeça erguida de sempre.
Na era contemporânea em que vivemos, onde um arsenal de tecnologia nos dão conforto e ocupações jamais vistas em décadas passadas, o homem se ver muitas fezes ocupado demais para dedicar tempo em cuidar de uma população envelhecida que só aumenta dia a dia. Sendo assim ver-se muitos idosos sem amparo familiar adequado no suprimento de suas necessidades muitas vezes tidas como básicas. Ai surge uma pergunta reflexiva: Será que não mais conseguimos nos enxergar nossa semelhança nestes idosos? Amanha seremos um deles e certamente não queremos menos do que vamos necessitar. É urgente que nos enxerguemos na pessoa idosa, por termos visão e prática de solidariedade, humanizando-nos sempre neste sentido, e por assim agirmos estaremos mostrando madureza, respeito e dignidade para com estes que tanto já fizeram por nós.
No mundo ocupado com a complexidade e a sofisticação do quantitativo de questões em ascensão e urgência contínuas, a concretização do alongamento da vida se contrapõe à carência das condições de qualidade de vida e da valorização simbólica da velhice. Esse contexto acirra a resposta defensiva do ser humano, expressa numa recusa a identificar-se e reconhecer-se na sua atualidade de homem velho ou de mulher velha. Sobressaem os mecanismos de negação da realidade da velhice, que se revelam nos níveis pessoal e social. Essa situação demonstra a origem e o produto, a um, só tempo, do medo da velhice fundido no medo da morte. Medo lincado no horror e na repulsa, sentimentos de que o meio sociocultural se utiliza para forjar, no indivíduo, o trabalho psíquico de representação negativa da velhice, ao longo do seu processo de identificação.” (Py e Trein pag. 1355)
Muitas emoções se colocam a flor da pele para estes que agora entram num contexto de mudanças significativas. De repente a pessoa se ver entrar num processo de degeneração física, social, emocional, familiar, psíquica e espiritual e tudo isso lhe traz saudosas lembranças dos feitos e a temida expectativa do desconhecido e cheia de mitos que é a velhice propriamente dita, é como se de uma hora para outra o cordão umbilical da chamada “vida” se rompesse para sempre e que agora sim, a morte será uma triste companheira.
Para pensar a finitude e a infinitude na perspectiva do envelhecimento humano, fomos buscar fundamentos para o tempo e encontramos a ruptura do tempo. Em meio às crises que vivemos, triunfa a transição entre o desmoronamento da realidade e o desmoronamento de uma outra, vivida no dilaceramento e no alívio pelo que vamos perdendo, contrapondo-se à ameaça e a esperança no novo que nos vem invadindo. A ruptura do tempo é de outrora da supremacia do homem sobre o mundo físico, a biologia e a história, supremacia que rege o processo de transição para um tempo que é outro.” (Py e Trein, pag. 1357)
Ter conhecimento e consciência que a vida possui seus estágios pré-determinados que iniciam com o nascimento e culmina com a velhice e morte, nos dão suporte necessário para enfrentar estes desafios condicionados ao organismo humano. Morte e vida são companheiros que não se separam, mas isso não significa que devemos ser escravos na morte e não vivermos plenamente. Na verdade entender isso de fato é que nos proporciona vivermos mais e melhor nos preparando por assim dizer para morrer com dignidade.
A realidade nos vai escapando, na negação advinda da manipulação do tempo que provoca os sinais de envelhecimento do corpo. A ação do tempo já é passível de ser aplacada pela engenhosidade da tecnologia virtual; e não conseguimos imaginar até onde podemos chegar, embaladas pelo arsenal de protelação da velhice e, por extensão, da morte.” (Py e Trein, pag. 1357)
É importante reconhecermos os idosos como nossos mestres e diz que, para que isso aconteça de fato é preciso ter sabedoria. É preciso não ser negantes do nosso próprio processo de envelhecer que dar-se início no nosso nascimento e que muitas vezes em nome de um orgulho que se mostrará fraco no futuro, viramos as costas para aqueles que nos pedem auxílio e no futuro será nós a assumir este papel de apelação.
O processo de envelhecer é a gradual plenificação do ciclo da vida. Ele não precisa ser escondido ou negado, mas deve ser compreendido, afirmado e experimentado como um processo de crescimento pelo qual o mistério da vida lentamente nos revela. Sem a presença dos idosos poderíamos esquecer que estamos envelhecendo. Eles são os nossos profetas, eles nos lembram de que o que vemos tão claramente neles é um processo do qual todos, sem exceção, participamos. Muito já se escreveu sobre o idoso, sobre seus problemas físicos, mentais, afetivos, espirituais.” (Pessini, pag. 159)
Portanto, é nossa a tarefa em ajudar os idosos a assumirem seu papel na sociedade que é o que ser nossos mestres, já que estes possuem experiências que não temos, restaurando assim os laços de comunicação muitas vezes distanciados entre as gerações. E também sermos seladores de sua integridade moral e física.
Cuidar dos idosos significa, antes de tudo, entrar em contato com o nosso próprio processo de envelhecimento: sentir a dimensão do tempo, realidade nos constituindo como ser, e estar consciente dos movimentos do ciclo da vida.” (Pessini, pg. 160)
Para entendermos a respeito da discussão sobre a religião, religiosidade e espiritualidade, vejamos os conceitos básicos destes termos: Religião é o sistema organizado de crenças, práticas, rituais e símbolos designados para facilitar o acesso ao sagrado, ao transcendente (Deus, força maior, verdade suprema ...). Religiosidade é o quanto um indivíduo acredita, segue e pratica uma religião. Pode ser organizacional (participação na igreja ou templo religioso) ou não-organizacional (rezar, ler livros, assistir programas religiosos na televisão) e a espiritualidade é uma busca pessoal para entender questões relacionadas à vida, ao seu sentido, sobre as relações com o sagrado ou transcendente que podem ou não levar ao desenvolvimento de práticas religiosas ou formações de comunidades religiosas.
Religiosidade é uma das formas de expressão da espiritualidade. Espiritualidade vem do latim spiritus, que significa “sopro”, em referência ao sopro da vida. [...]. Também tem sido caracterizado como a capacidade de ter fé, amar e perdoar, adorar, ver além das circunstâncias e de transcender o sofrimento [...]. Espiritualidade é uma reflexão sobre o significado da vida. Religiosidade e espiritualidade são conceitos diferentes, mas apenas recentemente os pesquisadores começaram a considerar as dimensões da espiritualidade separadamente das crenças e dos comportamentos religiosos, criando instrumentos diferentes para avaliá-las. Embora ter uma religião não seja unanimidade entre as pessoas, é grande o número de indivíduos que têm espiritualidade [...]. Enquanto a espiritualidade remete a uma reflexão sobre, a religiosidade, a religiosidade remete a uma relação com. Essa relação pode ser com Deus ou com uma entidade ou um ser superior diferentemente nomedo.” (Sommerhalder e Goldstein, pag. 1307)
As necessidades espirituais são próprias dos seres humanos e pelo que se observa existe uma tendência de se manifestar em alguns casos à medida que se aproxima a finitude. O bem-estar espiritual protegeu as pessoas do desespero do fim da vida e em algumas situações agem como paliativos depressivos ou patologias físicas. Por isso a abordagem espiritual não dever ser negligenciada, pois, ela tem se mostrado auxiliadora no processo de envelhecimento e morte.
A epidemiologia da religião tem demonstrado a validade da religiosidade e da espiritualidade como tópicos de pesquisa. Os estudiosos estão questionando o motivo, tentando identificar os caminhos biocomportamentais ou psicossociais mediante os quais as práticas religiosas e espirituais promovem a saúde ou evitam doenças. Entre os mecanismos explanatórios que as pesquisas procuram investigar, estão:
  1. Promoção de comportamentos e estilos de vida relacionados à saúde quando por exemplo as religiões proíbem ou desencorajam o consumo de álcool e fumo, o que diminuiria o risco de doenças e aumentaria o bem-estar.
  2. Provimento de suporte social – e, muitas vezes, instrumental – por parte das comunidades religiosas, estimulando o sentimento de irmandade, de auxílio mútuo, de amor fraterno, o que proporcionaria mais relacionamentos interpessoais e sensação de pertencimento a um grupo. Isso ajudaria a diminuir o estresse a atuaria como um recurso de enfrentamento eficaz, uma vez que indivíduos com menos contatos sociais e maior instabilidade emocional têm maiores probabilidades de contrair doenças e de mortalidade [...].
  3. Satisfação da necessidade fundamental de percepção de que a vida tem significado, de que é algo mais do que simplesmente estar um instante fugaz no universo, modificando a percepção de situações estressantes ou eventos traumáticos. Além disso, a religião promove a esperança de que, no fim, tudo estará bem.” (Sommerhalder e Goldstein, pag. 1312)
3 – Considerações
Como foi pontuado no decorrer deste trabalho, a discussão e reflexão sobre bioética nos traz a tona ideias relacionadas a um resgate da vida humana e de seus valores que engloba todo seu ciclo de vida, em especial na face de senilidade aonde muitas vezes vem sendo deixado de lado. Fala também sobre o respeito fúnebre, pois todos têm direto de uma morte digna e os momentos pré-morte devem ser bem assistidos, longe de dor e constrangimento. Isso vai além da dimensão física-biológica, inclui também as dimensões sociais, relacionais, cósmicas e ecológicas, uma vez entendendo que o ser humano é parte de um todo universal.
Sendo o indivíduo um ser finito, que passa por estágios que culmina no envelhecimento e morte, ele deve ser poupado de dor e sofrimento. Os métodos paliativos devem ser empregados assegurando assim conforto permanente. Jamais negar a este ser as relações interpessoais no qual inclui o apoio familiar, o de profissionais e dele próprio, pois a sua condição moribunda não lhe tira o direito de estar a par de tudo que esta acontecendo ao seu redor e consigo mesmo.
Não permitir que as questões modernas da contemporaneidade faça uma ruptura das relações humanas, físicas, biológicas e histórica pela ação do homem. Humanizarmos e sermos sensíveis ao ser finito que se despede na vida são os recados mais forte que bioética nos traz neste trabalho.
Hoje como se sabe, a gerontologia possui maior condição de enxergar os assuntos pertinentes ao processo de envelhecimento. Neste aspecto inclui-se a religiosidade e a espiritualidade que muito tem contribuído para a melhoria da qualidade de vida dos idosos. Entender isso é uma forma de emancipação, já que os envolvidos no processo passam a ter uma maior e significativa participação da vida social em suas comunidades, o que repercute de forma saudável na vida da pessoa senil.
Mesmo que ainda haja um longo caminho a percorrer, estudos como este vêm a somar na luta sobre o resgate da dignidade humana na terceira idade como muito se praga no campo da bioética.
4 – Referencias
Pessini , Leo, Bioética, Envelhecimento Humano e Dignidade no Adeus à Vida – capitulo: 15
Py, Ligia e Trein, Franklin Finitude e Infinitude: Dimensões do Tempo na Experiência do Envelhecimento - capitulo: 144
Sommerhalder, Ginara e Goldstein Lucila L., O Papel da Espiritualidade e da Religiosidade na Vida Adulta e na Velhice – capitulo: 139.